Publicado em: 29/01/2025 às 16:30hs
No dia 19 de novembro de 2023, o Brasil alcançou um marco histórico ao realizar a primeira exportação aérea de suínos reprodutores de alta qualidade genética para a Colômbia. A operação, conduzida pela Granja Elite Gênesis, empresa da Agroceres PIC localizada em Paranavaí (PR), foi possível graças a um trabalho conjunto realizado nos últimos dois anos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e diversas entidades envolvidas no processo de exportação e importação.
O protocolo logístico adotado nesta operação seguiu moldes semelhantes àqueles implementados pela Receita Federal e Anvisa em 2021 para vacinas e insumos contra a Covid-19, reconhecido internacionalmente por sua eficiência. Essa estrutura permitiu o embarque ágil e seguro dos animais, garantindo tanto o bem-estar dos suínos quanto a segurança agropecuária.
Os ajustes no processo envolveram múltiplos agentes, como a Receita Federal, o Mapa, o Aeroporto Internacional de Viracopos (SP) e os representantes legais do importador. Viracopos é o único ponto de entrada e saída de suínos por via aérea no país, e suas instalações foram cruciais para a execução rápida e eficaz da operação.
Um dos principais objetivos das adaptações foi reduzir o tempo de desembaraço das cargas de animais, que caiu de 24 horas para cerca de 8 horas. “Os suínos utilizados como matrizes genéticas são extremamente sensíveis a condições climáticas adversas, como calor, frio e vento, o que pode comprometer sua saúde e potencial genético. Por isso, a agilidade na conferência e liberação é fundamental”, destacou Rita Lourenço, chefe do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) em Viracopos.
Entre março e setembro de 2023, o Brasil importou 7.500 suínos reprodutores de altíssima qualidade provenientes dos Estados Unidos e do Canadá. Esses animais, destinados às empresas Agroceres PIC e Topigs, chegaram em oito voos e representaram um volume sem precedentes em termos de importação de matrizes genéticas.
Os suínos foram submetidos a rigorosas quarentenas nos países de origem e, após o desembarque em Viracopos, transportados em caminhões lacrados para a Estação Quarentenária de Cananéia (SP), onde permaneceram sob observação antes da liberação definitiva. Esse protocolo garantiu o controle sanitário e minimizou riscos para a produção nacional.
Desde 2016, uma colaboração entre o setor público e privado tem sido essencial para o avanço da suinocultura brasileira. A Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (Abegs), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e o Mapa trabalharam em conjunto para ampliar e modernizar a estação de quarentena em Cananéia, o que permitiu o recebimento de grandes volumes de animais importados.
Os investimentos em infraestrutura e a implementação de protocolos eficientes permitiram que o Brasil alcançasse um novo patamar na produção suína. Agora, com plantéis consolidados, o país dá um passo significativo ao exportar suínos reprodutores de elite, contribuindo para a expansão da suinocultura em escala global.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias