Uma vacina contra a papilomatose bovina, causada pelo vírus BPV, da mesma família do papilomavirus humano (HPV), está prestes a ser produzida em São Paulo. Conforme informações do governo do Estado de São Paulo, testes realizados pelo Instituto Butantan comprovam a eficácia do produto que está sendo desenvolvido. Animais que receberam a vacina foram mantidos em campo durante 300 dias em observação e apresentaram resposta imunológica significativa, quando comparados ao grupo de controle, ainda segundo o órgão. Neste período, 15 animais foram isolados e receberam uma dose da substância. Segundo a diretora do Laboratório de Genética do Instituto Butantan, Rita de Cássia Stocco, a próxima e última etapa dos trabalhos compreenderá testes de durabilidade da vacina.

– A vacina já apresentou eficácia nos testes, representando um avanço significativo no tratamento de uma doença pouco compreendida pelos criadores, mas que é extremamente prejudicial para o rebanho – relata.

Com os estudos, os especialistas puderam ampliar os conhecimentos sobre o ciclo viral e as formas de transmissão. O desenvolvimento da vacina contra o “HPV bovino” é direcionado à criação de gado leiteiro, que é constantemente prejudicada pelo surgimento de feridas no úbere, o que impossibilita a ordenha. Além disso, a doença também provoca o aparecimento de verrugas, fator que diminui a qualidade do couro, favorece a manifestação de câncer no esôfago ou bexiga e pode causar grande perda financeira aos produtores. O BPV chega a infectar cerca de 70% do rebanho e pode levar os animais à morte.

Os pesquisadores trabalham em um imunizante de duplo caráter, que seja capaz não apenas prevenir a doença em animais sadios, mas também tratar os já atingidos pelos males ligados ao vírus.