Publicado em: 25/07/2024 às 10:00hs
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul, após a detecção do vírus da Doença de Newcastle (DN) em aves comerciais. A decisão, anunciada na sexta-feira (19/07), visa a implementação de medidas de vigilância epidemiológica e erradicação rigorosas conforme o Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. O estado permanecerá sob vigilância por 90 dias.
A Doença de Newcastle é uma das mais prejudiciais para a avicultura, com altos custos associados à erradicação e perdas de mercado. O primeiro caso no Brasil foi registrado em 1953 nas cidades de Belém (PA) e Macapá (AP). Desde então, o país enfrentou surtos esporádicos, com os últimos confirmados em 2006 nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
O Plano de Contingência inclui a eliminação de todas as aves nos locais afetados, higienização e desinfecção dos ambientes, e a implementação de protocolos sanitários rigorosos. Áreas de proteção e vigilância serão estabelecidas em um raio de 10 km dos focos de contaminação, com barreiras de controle para prevenir a disseminação da doença.
No dia 17 de julho, o Mapa confirmou a presença do vírus da Doença de Newcastle no município de Anta Gorda (RS). O diagnóstico foi realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional. A investigação epidemiológica foi conduzida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi).
O Mapa assegura que o consumo de carne de frango e ovos, incluindo os provenientes da região afetada, não precisa ser interrompido. Produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanecem seguros. As práticas de controle visam garantir que a Doença de Newcastle não comprometa a qualidade dos alimentos.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior fornecedor de carne de frango do Brasil. Nos primeiros seis meses de 2024, a região exportou 354.207 toneladas do produto, gerando uma receita de US$ 630,1 milhões. Estes números representam 13,82% da receita nacional com exportações de carne de frango e 14,1% do volume total exportado pelo país, conforme dados da Agrostat.
Romário Alves, CEO da Sonhagro, destacou a gravidade da situação: "A doença afeta diretamente a produção, exportação e empregos no setor, além de impactar indiretamente o comércio varejista e atacadista. Medidas eficazes são cruciais para conter a propagação e minimizar os impactos econômicos."
A declaração de emergência e as medidas de controle são essenciais para proteger a indústria avícola brasileira e manter a confiança dos mercados internacionais. A vigilância contínua e a colaboração entre autoridades e produtores serão fundamentais para superar este desafio.
Fonte: Portal do Agronegócio
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