Publicado em: 12/02/2025 às 15:30hs
O sistema respiratório dos equinos está sujeito a uma variedade de doenças, cujas origens incluem esforços físicos intensos, processos alérgicos e inflamatórios, bem como a ação de agentes infecciosos, como vírus e bactérias. Juntamente com as condições que afetam o sistema musculoesquelético, essas doenças comprometem o desempenho dos animais, seja em atividades esportivas ou no trabalho diário.
Entre as doenças respiratórias dos cavalos, o Garrotilho, também conhecido como Adenite Equina, destaca-se pela sua alta capacidade de propagação, afetando especialmente os animais mais jovens ou aqueles com o sistema imunológico fragilizado. O Garrotilho se espalha rapidamente e pode prejudicar um grande número de equinos dentro de uma mesma tropa, uma vez que o contágio pode ocorrer não apenas pelo contato direto entre os animais, mas também por meio de utensílios compartilhados, pastagens, bebedouros e estábulos.
Camila Senna, médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, explica que a bactéria causadora do Garrotilho, Streptococcus equi subsp. equi, instala-se nas células da mucosa nasal, oral e nasofaríngea dos equinos. Os primeiros sinais da doença são típicos de infecções, como febre, apatia e falta de apetite. À medida que a infecção avança, ela se espalha para o tecido linfático regional, resultando em abscessos nos linfonodos do pescoço. Aproximadamente 14 dias após o surgimento desses abscessos, ocorre a ruptura, liberando secreção purulenta contendo novas bactérias, que se espalham por meio de secreções nasais ou tosse, além de poderem ser disseminadas para o ambiente caso os abscessos se rompam externamente.
A presença desses abscessos e o aumento dos linfonodos dificultam a passagem de ar pela faringe, o que prejudica a performance do animal. Devido à natureza contagiosa da doença, surtos podem ocorrer rapidamente, afetando vários animais em um curto período de tempo. Além disso, mesmo após a recuperação clínica, alguns animais podem continuar a eliminar a bactéria, colaborando para a propagação da doença.
Os equinos atletas são particularmente impactados, uma vez que a recuperação do Garrotilho exige repouso, o que compromete o condicionamento físico e pode prejudicar a preparação para competições. Apesar de ter baixa mortalidade, o Garrotilho apresenta alta morbidade, afetando grande número de animais, e pode resultar em sequelas como empiema das bolsas guturais, que afeta a deglutição e a respiração, sinusites bacterianas e até paralisia do nervo laríngeo recorrente. Além disso, a queda da imunidade do animal favorece o surgimento de doenças oportunistas.
Diante dos altos índices de morbidade e da complexidade no controle de surtos, a vacinação emerge como a forma mais eficaz de prevenção. A vacina, composta por cepas inativadas de Streptococcus equi subsp. equi, oferece ampla proteção aos equinos. A primovacinação é recomendada para animais sadios não vacinados, com um protocolo de 3 doses, administradas com intervalo de 28 dias, e reforço anual ou conforme orientação veterinária.
Camila Senna enfatiza a importância da vacinação dentro do manejo sanitário das propriedades, destacando que a prevenção é essencial em um ambiente equestre dinâmico, onde os animais frequentemente viajam ou entram em contato com outros equinos. Além de fortalecer o sistema imunológico, a vacinação contribui para a redução dos custos com tratamento e mão de obra ao longo do tempo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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