Pastagens

Práticas de manejo do campo nativo podem melhorar produção de carne

A pecuária de corte é a principal atividade econômica de Cambará do Sul e da região dos Campos de Cima da Serra, mas apresenta baixos índices de produtividade: desfrute, produção anual de carne por hectare e natalidade


Publicado em: 26/01/2012 às 11:15hs

Práticas de manejo do campo nativo podem melhorar produção de carne

Buscando reverter esses índices, proporcionando a melhoria da renda e da qualidade de vida dos pecuaristas familiares, a Emater/RS-Ascar do município vem avaliando periodicamente o sistema de produção em pecuária de corte com grupos organizados e associações de produtores, e identificando práticas de manejo viáveis técnica e economicamente.

O veterinário da Emater/RS-Ascar, Iran Fogaça da Silva, explica que embora o campo nativo apresente uma alta produtividade na primavera e no verão, proporcionando a terminação de animais, no outono e no inverno a produção de forragens é muito baixa, comprometendo seu desempenho (conversão alimentar). Por isso, algumas práticas de manejo que envolvem o campo nativo precisam ser adotadas pelo pecuarista para melhorar a oferta de alimento aos seus animais. “Apoiamos a prática da roçada de campo como uma das alternativas viáveis para o melhoramento do campo nativo”, diz o veterinário.

Este trabalho vem sendo realizado em parceria com a prefeitura, em propriedades de pecuaristas familiares da localidade de Morro Agudo, através do apoio da patrulha agrícola no interior do Parque Nacional Aparados da Serra, objetivando o rebrote da pastagem e um ajuste de lotação e, consequentemente, uma melhor produtividade.

De acordo com o veterinário, o uso da roçada e a implantação de outras ténicas no sistema de produção, como o diferimento, a subdivisão de invernadas e também a introdução de forrageiras no campo, podem multiplicar os resultados. “Os índices de produtividade, que no sistema tradicional são muito baixos, como por exemplo 50Kg/ha/ano, podem passar para 200Kg/ha/ano com a introdução de gramíneas e leguminosas no campo nativo e as demais práticas citadas, melhorando assim a renda e qualidade de vida e possibilitando a permanência do homem no campo”, conclui Iran.

Práticas recomendadas:

  • Diferimento: Isolamento de uma determinada área de pastagem pelo período mínimo de 60 dias, melhorando, assim, o banco de sementes da área e a diversidade de forrageiras.
     
  • Subdivisão de invernadas: Com cercas convencionais ou eletrificadas, possibilita-se o pastoreio rotativo, maximizando o uso da área.
     
  • Roçada: Com o uso de roçadeira manual ou tratorizada, retiram-se as invasoras e o excesso de forragens, estimulando o rebrote da pastagem nativa. Esta prática deve ser feita em dois momentos: no verão (janeiro ou fevereiro), com a finalidade de combater as invasoras e estender o ciclo de produção até o outono; e, em um segundo momento, no final do inverno e início da primavera, estimulando o rebrote e proporcionando uma melhor lotação animal.
     
  • Introdução de forrageiras no campo nativo: Após a correção da acidez e fertilidade do solo, no plantio direto, são introduzidas gramíneas, aveia, azevém e capim lanudo, bem como leguminosas, trevos e cornichão, permitindo a oferta de pastagem de melhor qualidade em períodos de escassez alimentar, especialmente no inverno, e aumentando significativamente a rentabilidade por hectare.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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