Pastagens

Projeto Pasto Forte: Sustentabilidade em Pastagens Aumenta Produção de Arroba por Hectare

Iniciativa eleva produtividade sem necessidade de novas áreas e promove ganhos econômicos e ambientais


Publicado em: 08/07/2024 às 09:30hs

Projeto Pasto Forte: Sustentabilidade em Pastagens Aumenta Produção de Arroba por Hectare

A recuperação de pastagens degradadas é vital para a sustentabilidade do setor agropecuário, gerando retornos econômicos expressivos para os pecuaristas. Pesquisas indicam que intensificar a produção de bovinos nessas áreas melhora a produtividade, favorece o sequestro de carbono e reduz as emissões de gases de efeito estufa. Esse é o foco do projeto Pasto Forte, desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e com o patrocínio do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac).

Aumento de Produtividade sem Novas Áreas

O projeto Pasto Forte visa aumentar a produção de carne sem necessidade de abrir novas áreas de pastagem, promovendo ganhos econômicos para os pecuaristas e maior eficiência no uso dos recursos naturais. As pesquisas, voltadas para a sustentabilidade, analisam pastagens em diferentes níveis de degradação nos variados biomas de Mato Grosso, com atenção especial ao sequestro de carbono no solo.

Resultados Promissores em Diferentes Biomas

De acordo com Thiago Trento, zootecnista e pesquisador de Pecuária de Corte da Fundação MT, as pesquisas foram conduzidas em três fazendas de pecuária de corte nos municípios de Rondonópolis, Cáceres e Paranatinga. O objetivo é oferecer recomendações de investimentos que assegurem a sustentabilidade dos sistemas produtivos em biomas como o Cerrado, Pantanal e Amazônico.

"Os resultados parciais mostram um aumento significativo na produtividade. Nas áreas onde implementamos as recomendações técnicas, houve aumento no peso dos animais, na taxa de lotação dos pastos, na produção de arrobas e nos lucros dos produtores", destacou Trento.

Impactos Econômicos e Ambientais

A Fazenda Monte Alegre, em Rondonópolis, integra o projeto e já colhe os frutos da iniciativa. Para o produtor Ricardo Lima Carvalho, os resultados superaram as expectativas, tanto em termos financeiros quanto ambientais.

"O projeto trouxe rentabilidade e demonstrou a capacidade da pecuária em aumentar a produtividade com custos controlados. Além disso, o sequestro de carbono foi um benefício surpreendente, mostrando que a pecuária pode ser altamente sustentável", afirmou Carvalho.

Dados Concretos de Sequestro de Carbono e Produção

Em Cáceres, o estoque de carbono nas áreas com investimento passou de 74,77 ton/ha para 101,33 ton/ha em 17 meses, um ganho de 26,56 ton/ha. Já nas áreas sem investimento, o aumento foi de apenas 8,58 ton/ha. A produtividade também foi maior: pastos adubados produziram 41,2 arrobas/ha/ano, contra 31,9 arrobas/ha/ano nos pastos sem investimento.

Em Rondonópolis, no bioma Cerrado, o investimento resultou em um aumento de 24,98% no estoque de carbono no solo, com ganhos de produtividade de 33,4 arrobas/ha/ano em áreas adubadas, comparado a 28,8 arrobas/ha/ano em pastos sem adubação.

Em Paranatinga, os pastos investidos apresentaram um aumento de 29,35% no estoque de carbono, produzindo 15,07 arrobas/ha/ano, comparado a 13,1 arrobas/ha/ano em áreas sem investimento.

Consultoria Técnica e Futuro da Pecuária

Thiago Trento destaca a importância da consultoria técnica para otimizar práticas de manejo, nutrição e sanidade animal. "A Fundação MT oferece apoio em cada etapa do processo, desde a coleta de solo até o desenvolvimento de estratégias específicas de correção e adubação para cada propriedade."

Evento de Compartilhamento de Conhecimentos

Para contribuir ainda mais com o crescimento da pecuária mato-grossense, a Fundação MT realizará, no dia 20 de setembro, o Encontro Técnico Pecuária de Corte, em Rondonópolis (MT). O evento reunirá pesquisadores para discutir as mais recentes tecnologias e estratégias para a produção animal baseada em pastagens.

O Projeto Pasto Forte se destaca pela integração de práticas agrícolas avançadas com objetivos ambientais, promovendo uma pecuária mais sustentável e eficiente. A colaboração entre pesquisa científica e participação ativa dos pecuaristas tem sido crucial para o desenvolvimento de estratégias práticas e replicáveis de manejo de pastagens, com impactos positivos tanto econômicos quanto ambientais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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