Foto: Rebanho Holandês. Foto: Marcos Tang

Os produtores de leite estão enfrentando um dilema significativo em relação à gestão de suas pastagens e ao plantio de milho. Com o atraso nas pastagens de inverno devido às chuvas, muitos têm optado por dessecá-las em setembro para preparar o solo para o milho, uma prática comum entre os produtores. No entanto, a previsão de uma seca severa nos próximos meses gera incertezas, levando alguns produtores a hesitar na decisão de eliminar as pastagens para priorizar o milho.

Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), explica que a decisão envolve uma série de fatores. Produtores que conseguiram boas pastagens de azevém após um ano de desafios climáticos estão considerando a possibilidade de aproveitar mais um ou dois cortes para pastoreio, feno ou pré-secado. “A semente já foi plantada e o custo está envolvido. O produtor deseja otimizar ao máximo possível”, destaca Tang.

Contudo, a preocupação com a possibilidade de uma estiagem prolongada levanta a questão sobre se antecipar o plantio do milho poderia resultar em uma colheita mais satisfatória. “Alguns produtores já começaram a plantar, e o milho está começando a brotar. A dúvida é: seria mais vantajoso plantar imediatamente ou esperar para colher as pastagens que finalmente estão em boas condições?” pondera Tang. Ele sugere uma solução intermediária, propondo que os produtores plantem milho em partes da propriedade enquanto mantêm as pastagens em outras áreas. Essa estratégia visa diversificar as colheitas e reduzir os riscos de perdas devido à seca.

Além disso, a análise individualizada de cada propriedade é essencial. Isso inclui considerar o estoque de silagem e feno, a qualidade da pastagem atual e o impacto econômico de adiar o plantio de milho. “As decisões variam conforme a realidade de cada propriedade. É crucial que o produtor avalie seus estoques, a qualidade das pastagens e as previsões climáticas para definir a melhor estratégia”, conclui Tang.