Pastagens

Manejo intensivo de pastagens melhora produção

Quando bem aplicada, técnica pode aumentar a taxa de lotação para 7 vacas/ha e incrementar a produção de leite em até 15 vezes


Publicado em: 01/06/2012 às 20:00hs

Manejo intensivo de pastagens melhora produção

Do ponto de vista de recomendação técnica para o manejo intensivo da pastagem, não há diferenças entre a produção específica de gado de leite e gado de corte. No entanto, em se tratando de vacas leiteiras, o produtor deve tomar cuidado com a alimentação do rebanho durante a época seca do ano, quando há necessidade de suplementação volumosa e, na maioria das vezes com concentrados, para garantir a estabilidade de produção e evitar problemas reprodutivos. Entre os resultados, o manejo intensivo de pastagens pode aumentar a taxa de lotação em 7 vacas/ha e incrementar a produção de leite em até 15 vezes.

A realidade das variações de preço do leite durante o ano impõe a necessidade de maior eficiência e de redução dos custos, por meio do uso de tecnologias acessíveis à maioria dos produtores de leite. Para Domingos Pacciullo, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, o manejo intensivo garante o aumento de produção e a diminuição de custos ao produtor.

Apesar do investimento inicial no preparo de área, divisão dos piquetes, entre outros, a tecnologia permite ao produtor aumentar a capacidade de suporte das áreas de pastagem da propriedade, desde que o manejo seja o mais adequado, considerando as necessidades de ajustes na taxa de lotação das pastagens, correção do solo, adubação para reposição de nutrientes ao solo, entre outros. Aumentos na taxa de lotação e na produção de leite por área permitem ao produtor o uso mais eficiente dos recursos terra, insumos e mão-de-obra, o que pode reduzir o custo de produção — afirma o pesquisador.

Sabe-se ainda que o manejo intensivo pode possibilitar a produção de grande quantidade de forragem por área, aliada a bom valor nutricional desta forragem. Para Carlos Gomidi, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite, as cultivares do gênero Panicum Mombaça e Tanzânia, assim como as cultivares de Brachiria Marandu e Xaraés, a cultivar Tifton 85 (gênero Cynodon), além do capim-elefante são forrageiras que apresentam elevada produtividade de matéria seca e bom valor nutritivo, motivo pelo qual têm sido as mais indicadas para esse tipo de manejo.

O manejo intensivo não é uma prática nova e, apesar de ser tão bom e barato, muitos produtores ainda não o adotaram em suas propriedades. Para Pacciullo, isso se deve justamente à necessidade de um investimento inicial e de acompanhamento técnico que garantam o sucesso da intensificação.

Muitos casos de insucesso decorrem do manejo inadequado do pasto, com relação ao momento de colheita da forragem, reposição de nutrientes e ajuste na taxa de lotação, em função do aumento na produção de forragem — conta ele.

Manejo

De acordo com os pesquisadores, para obter um pasto de qualidade, o primeiro passo é a formação correta da pastagem, que passa pela escolha da área, preparo e correção do solo, plantio na época correta, semente de qualidade, controle de invasoras e escolha da espécie forrageira a ser utilizada.

O processo de formação da pastagem é determinante para o desempenho produtivo do sistema. Uma vez realizada a implantação correta do pasto, é necessário observar as recomendações de manejo e as adubações de manutenção de acordo com o nível tecnológico da exploração. Durante a estação quente e chuvosa, as gramíneas tropicais apresentam altas taxas de crescimento, sobretudo quando fertilizadas, e é necessário estar atento para não haver perda de qualidade (com acúmulo de colmos e material morto) e até mesmo de quantidade (através do acamamento da forragem e excesso de macega). Quanto ao rebanho, deve-se atentar para os cuidados com vacinações, combates a endo e ectoparasitos, além de garantir o acesso à sombra e água em quantidade e qualidade — orienta Gomidi.

Segundo os pesquisadores, qualquer tipo de produtor pode adotar a técnica, desde que haja acompanhamento técnico para garantir que as tecnologias associadas à intensificação no uso de pastagens repercutam positivamente no sistema de produção e garantam lucratividade. Quando bem praticado, o manejo intensivo tem garantido bons resultados.

O aumento na taxa de lotação das pastagens pode alcançar até 7 vacas/ha (vacas de produção de até 10 litros por dia), exclusivamente a pasto, na época chuvosa. Considerando que o rendimento da produção de leite no Brasil gira em torno de 1000 l por hectare ano, pode-se obter incrementos de até 10 a 15 vezes — diz o pesquisador Pacciullo.

Fonte: Portal Dia de Campo

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