Pastagens

Decumbens: novas variedades estão mais perto

Trabalho de melhoramento genético da braquiária decumbens já identificou materiais com melhor desempenho produtivo


Publicado em: 05/09/2012 às 14:50hs

Decumbens: novas variedades estão mais perto

Quem já esperou até aqui por uma nova cultivar de braquiária decumbens, precisará esperar mais alguns anos. A estimativa da Embrapa Gado de Corte é de que um material alternativo à quarentona cultivar Basilisk seja lançada apenas em 2020. A espera, porém, deverá valer a pena.

Em experimentos conduzidos na unidade de Campo Grande, MS, que avaliaram o desempenho agronômico de um lote de 50 híbridos selecionados, a Basilisk, usada como testemunha ficou em 45º lugar na classificação geral de desempenho produtivo. Os dez híbridos mais bem classificados tiveram uma performance 47,7% superior à testemunha. Para saber todos os detalhes sobre este trabalho, ouça a íntegra da entrevista com o pesquisador Sanzio Barrios, especialista na área de Melhoramento de Braquiárias da Embrapa Gado de Corte.

Há anos a Embrapa Gado de Corte vem trabalhando com o melhoramento genético de braquiária decumbens, o objetivo é atender à forte demanda do setor produtivo pelo desenvolvimento de novas cultivares para solos ácidos e de baixa fertilidade. Os trabalhos nesse sentido ganharam mais força a partir de 2010, com a identificação e seleção de 450 híbridos de decumbens com características muito desejáveis tais como: porte da planta, hábito de crescimento, produção de biomassa e, em especial, resistência à cigarrinha das pastagens que é a principal característica a ser trabalhada no programa de melhoramento.

Nenhum híbrido chegou ainda à fase de avaliação sob pastejo. A importância desses materiais é servir como ponto de partida para o melhoramento da espécie. No futuro, serão utilizados como opção principalmente pelos produtores da região de cerrados, com solos ácidos e de baixa fertilidade. Servirão inclusive para quem planeja recuperar e também diversificar pastagens, conforme explica Barrios.

“Estamos na fase de coleta das informações que vão subsidiar os trabalhos de desenvolvimento de cultivares propriamente dito. Com as informações que já temos, foi possível iniciar no ano passado estratégias de melhoramento voltadas para o desenvolvimento de híbridos superiores. O trabalho envolve várias etapas, como a obtenção de progênies, avaliação de características para desempenho agronômico, valor nutritivo, resistência à cigarrinha das pastagens. Nós a selecionamos e recombinamos as progênies selecionadas para conseguirmos populações melhoradas após alguns ciclos seletivos. É um trabalho de médio a longo prazo e a cada ciclo serão obtidos materiais candidatos a virem se tornar novas cultivares”, destaca.

Fonte: Marcelo Pimentel/Portal Dia de Campo

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