Publicado em: 16/07/2024 às 09:00hs
O uso do consórcio de milho safrinha com braquiária tem se mostrado extremamente benéfico para a agricultura, segundo o engenheiro agrônomo Charles Elton Fensterseifer, da Loja de São Clemente. Essa prática melhora significativamente o perfil do solo, abrangendo aspectos químicos, físicos e biológicos.
Fensterseifer explica que a combinação entre milho e braquiária proporciona uma cobertura eficaz do solo, promovendo a ciclagem de nutrientes, descompactação, aumento da matéria orgânica e incorporação de CO2 para sequestro de carbono. Além disso, auxilia no controle da erosão e das plantas invasoras, beneficiando o aumento de microrganismos benéficos no solo. “O uso da braquiária não só preserva os microrganismos presentes, mas também incentiva o aumento da biodiversidade,” destaca.
A braquiária, uma gramínea forrageira, traz inúmeros benefícios ao sistema de consórcio. “Devido às suas características, a braquiária é ideal para ser utilizada junto com o milho safrinha. Ela possui um sistema radicular agressivo, alta produção de matéria seca e facilidade no manejo, o que garante o rendimento da atividade rural,” explica Fensterseifer.
Além da braquiária, outras espécies de gramíneas ou leguminosas podem ser empregadas em consórcio ou em plantio solteiro após a colheita do milho, preenchendo a janela entre safras até a próxima cultura de verão. “Aveia, nabo forrageiro e trigo são opções viáveis,” complementa o agrônomo.
É importante destacar que os benefícios do consórcio de milho com braquiária não são imediatos, mas ocorrem ao longo do tempo. Com a adoção dessa prática, há um aumento na diversidade de fungos e bactérias benéficas em comparação ao sistema convencional. “Práticas sustentáveis modificam o ambiente ao longo do tempo, favorecendo o desenvolvimento de espécies que compõem os agroecossistemas,” ressalta Fensterseifer.
Os benefícios do consórcio são mais perceptíveis nas safras subsequentes, especialmente durante períodos de veranicos ou estiagens, comuns na região. Essas práticas refletem diretamente na produtividade e rentabilidade das culturas, consolidando-se como uma estratégia eficaz e sustentável para o futuro da agricultura.
Fonte: Portal do Agronegócio
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