Publicado em: 05/03/2012 às 11:10hs
As chuvas das últimas semanas ainda não foram suficientes para devolver tranqüilidade aos produtores de leite da região de Carazinho. De acordo com o secretário de Agricultura de Coqueiros do Sul, Leonir Wentez, a quantidade de precipitações vem sendo suficiente para recuperar os campos de pasto verde, mas insuficientes para acabar com a falta de água nos reservatórios e açudes. “O gado tem alimento, mas continua com dificuldades de encontrar bebedouros com água de boa qualidade”, disse o secretário. Segundo ele, os índices das chuvas estão conseguindo garantir uma umidade superficial, que mantém as pastagens em bom nível para serem consumida pelos animais. “O grave, no momento, é que a quantidade de chuva não está conseguindo atingir a profundidade das fontes naturais, e nem acumular água nos reservatórios e açudes”, disse Wentez.
Conforme o secretário, o ideal seria que, em um período de poucos dias, chovesse um acumulado perto dos 400 milímetros, o que pelo menos deixaria uma boa reserva de água nos bebedouros, até a chegada das chuvas do inverno. De acordo com Wentz, a estiagem reduziu em 30% a produção de leite no município, que repassa diariamente as indústrias de lácteos da região perto de 40 mil litros.
Ao citar a estação fria, o secretário reforça a necessidade dos produtores de leite começar a investir nos projetos de captação da águas das chuvas. “Eles precisam construir cisternas, canalizando para elas a água dos telhados da casa e dos galpões. O gado para ter uma boa saúde precisa, a exemplo, dos humanos, beber água de qualidade e que pode vir das chuvas do nosso inverno”, sugere, destacando que água existe, mas que precisa ser melhor aproveitada.
A mesma situação, vivem os produtores de leite do município de Chapada, onde também há pastagem verde para o gado, mas falta água de qualidade. De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Hélio Stürmer, com a recuperação dos pastos a tendência é que a produção do leite pare de cair no município, que tem uma bacia leiteira de 120 mil litros/dia. “Com a seca os produtores estão deixando de comercializar perto de 30 mil litros de leite todos os dias. É bastante dinheiro que sai de circulação, causando perdas aos nossos agricultores, que encontraram na atividade uma fonte de renda alternativa”, comentou Stürmer. Ele lembra que em 60 dias o gado começa a ter disponível, pastagens plantadas para consumo no inverno, uma época mais chuvosa na região. “O pasto não é mais problemas, mas a falta de chuva para encher os açudes sim”, disse o secretário. Segundo ele, seria muito bom se houvesse uma sequência de chuvas, que acumulassem sempre perto de 100 milímetros. No município foram abertos cerca de 100 bebedouros para o gado leiteiro. “Temos em Chapada mais de 10 mil vacas leiteiras e isto representa um consumo enorme de água todos os dias. A situação não é mais crítica, porque hoje as espécies de pastagens concentram uma grande quantidade de água nas próprias plantas’, explica. Stürmer concordar que as águas que chegam durante os meses de inverno precisam ser aproveitadas e guardadas para a estação do verão, quando ocorrem os períodos de estiagens, como a atual.
Fonte: Diário da Manhã - Passo Fundo
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