As elevadas temperaturas das últimas semanas têm representado um desafio para a bovinocultura de corte no Rio Grande do Sul. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na última quinta-feira (23), o calor intenso comprometeu o conforto térmico dos animais. No entanto, as chuvas recentes trouxeram um alívio parcial em algumas regiões, possibilitando a retomada da adubação em cobertura e amenizando os impactos sobre as pastagens.
Condições regionais da pecuária
Bagé: A precipitação interrompeu a estagnação do crescimento das pastagens nativas e cultivadas. Entretanto, na Fronteira Oeste, os açudes e fontes de água seguem com níveis reduzidos. Ainda assim, o estado corporal do rebanho é considerado satisfatório.
- Caxias do Sul: A integração lavoura-pecuária tem promovido a substituição de áreas de pastagens por cultivos de soja e milho. Os rebanhos são mantidos em campos nativos e pastagens de milheto, capim-sudão, tifton e jiggs.
- Erechim: A baixa oferta de forragem verde tem levado ao aumento do uso de volumosos conservados e rações para suplementação alimentar.
- Frederico Westphalen: O mercado segue aquecido, com valorização dos preços de animais para abate e reposição.
- Passo Fundo: A estiagem comprometeu o desempenho das pastagens, exigindo ajustes no manejo alimentar e um reforço na suplementação dos animais.
- Pelotas: As temperaturas acima de 30°C, aliadas à alta umidade, impactaram negativamente os bovinos de origem europeia. O manejo tem sido focado no controle de bicheiras e carrapatos.
- Porto Alegre: Apesar da estiagem, os rebanhos seguem em boas condições, com suplementação reforçada para mitigar a escassez das pastagens de verão.
- Santa Rosa e Soledade: O período reprodutivo dos rebanhos está em andamento, com a realização do entouramento das matrizes. Métodos como monta natural, inseminação artificial e inseminação artificial em tempo fixo (IATF) são amplamente utilizados.
Mercado e variação de preços
O levantamento semanal apontou um aumento de 1,21% no preço médio do boi, que passou de R$ 10,74 para R$ 10,87/kg vivo. Já o valor da vaca para abate registrou alta de 0,42%, variando de R$ 9,57 para R$ 9,61/kg vivo.