Publicado em: 24/07/2024 às 12:30hs
O aumento da produtividade na pecuária de corte está estreitamente ligado às condições das pastagens. A adoção de práticas de manejo adequadas para pasto e pastejo pode resultar em produção de carne bovina com baixo custo e sustentável ambientalmente. No entanto, um recente estudo mostrou que a aplicação dessas técnicas ainda é limitada entre os pecuaristas brasileiros.
A publicação da Embrapa intitulada “Uso das práticas de manejo de forrageiras e de pastejo na bovinocultura de corte” analisa a adesão a 20 práticas de manejo em fazendas de corte no Brasil. Os dados, coletados através de respostas voluntárias na plataforma digital app Pasto Certo, da Embrapa, abrangem o período de dezembro de 2019 a maio de 2023.
Entre as técnicas mais adotadas pelos pecuaristas estão o manejo rotacionado de pastejo, com 64% de adesão, controle de plantas invasoras (48%), análise de solo (47%), correção com calcário (44%), pastejo contínuo (44%), adubação de pastagens (40%) e diferimento de pastagem (34%). Por outro lado, o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, que oferece benefícios ambientais, sociais e econômicos, é utilizado por apenas 2% dos participantes.
Claudia De Mori, uma das autoras do estudo, destaca que a adoção de práticas de manejo está aquém do ideal para garantir a produção satisfatória de pastagens. A variação na aplicação das técnicas por região e perfil de sistema é significativa.
Patrícia Menezes Santos, pesquisadora da Embrapa, ressalta que o manejo de alimentação é crucial para a melhoria do desempenho da pecuária de corte. “A adoção dessas práticas permite aumentar a produtividade, manter a longevidade das pastagens e otimizar o uso de recursos, aumentando a rentabilidade e reduzindo a necessidade de expansão para novas áreas,” afirma. As práticas como adubação e correção dos solos, quando bem aplicadas, possibilitam uma produção mais eficiente e sustentável, prevenindo problemas como erosão e escassez de água.
O estudo também revela diferenças regionais na aplicação das técnicas, como análise de solo, correção com calcário e pastejo rotacionado, e como essas práticas variam conforme o perfil de produção. Propriedades que atuam nas fases finais da produção, como recria e engorda, tendem a adotar mais tecnologias comparadas às propriedades de cria. Além disso, o tamanho da propriedade influencia a aplicação de certas práticas, como o controle da taxa de lotação das pastagens.
O Brasil possui 163,9 milhões de hectares dedicados a pastagens, conforme dados de 2022 do MapBiomas. No entanto, a produtividade das pastagens pode ser afetada por pragas, condições climáticas extremas e superpastejo, resultando em solo descoberto ou proliferação de plantas daninhas.
A Embrapa desenvolve tecnologias e soluções para aprimorar a produtividade das pastagens e a eficiência do pastejo em todos os biomas do Brasil. A instituição oferece métodos para diagnóstico e recuperação de pastagens, alternativas de capins mais produtivos e capacitações para técnicos e produtores rurais, promovendo práticas sustentáveis e eficazes no manejo de pastagens.
Fonte: Portal do Agronegócio
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