Publicado em: 13/10/2022 às 16:25hs
Quais são os procedimentos a serem seguidos para semear e alcançar o objetivo de ter uma pastagem bem estabelecida? Qual a melhor época para semear? Como devem ser as condições climáticas para a semeadura? Qual é a taxa ideal de semeadura? Quais são os métodos de semeadura? Quais máquinas usar para a semeadura?
O objetivo deste artigo é responder a estas questões que são frequentes no meio pecuário.
Com base em experimentos de longo prazo realizados pela EMBRAPA e por outras instituições de pesquisa, como também trabalhos em campo, chega-se à conclusão de que pelo menos em fazendas localizadas desde o norte do Paraná, passando pelos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, a semeadura entre a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de janeiro tem garantido o maior estande de plântulas logo após a germinação das sementes, o estabelecimento mais rápido da pastagem, uma menor infestação da área por plantas infestantes e uma maior disponibilidade de forragem por ocasião do primeiro uso da área, quer seja a colheita da forragem por meio de pastejo ou mecanizada para ensilagem, fenação ou pré-secagem.
Mas a semeadura tem sido feita desde setembro/outubro, a conhecida semeadura no cedo (no pó, ou na poeira), com o solo ainda seco, e antes do início das chuvas, até semeadura já no final das chuvas, por exemplo, em março/abril, a conhecida semeadura tardia.
A semeadura no cedo (na poeira) é recomendada em solos de baixadas onde o lençol freático é superficial e logo após as chuvas ficam encharcados, impossibilitando o trânsito de máquinas e veículos, ou mesmo em solos de partes altas do terreno, mas que têm argilas expansivas, as quais quando umedecidas também impossibilitam o trânsito de máquinas e veículos.
Já a semeadura tardia é recomendada para regiões onde as chuvas de primavera e início do verão são irregulares, com muitos veranicos (estiagens), e para regiões mais ao norte, em bioma amazônico, onde as chuvas se estendem até maio/junho e as temperaturas não caem como no Centro-Sul do país. Para uma germinação rápida e vigorosa de sementes de forrageiras tropicais, a temperatura ambiente deve estar acima de 18ºC.
O importante na semeadura no cedo (na poeira) e no tarde (no final das chuvas) é aumentar a taxa de semeadura em pelo menos duas a três vezes comparado com a semeadura dentro da janela ideal.
A semeadura pode ser realizada a lanço manualmente, manualmente na cova, a lanço com aeronaves, a lanço com distribuidores de adubos, a lanço com semeadoras e em linha com semeadoras de grãos. Todos estes métodos podem ser realizados sobre o solo preparado ou sobre palhada em plantio direto.
De fato, os métodos de limpeza do terreno e de preparo do solo são condicionantes do método de semeadura a ser adotado. Se a área em questão foi limpa pelo método tradicional, com uso de fogo, não haverá preparo de solo por causa dos obstáculos para o trânsito de máquinas e veículos, tais como, tocos, troncos, arvores etc. Nesta situação também não haverá preparo de solo, portanto a semeadura será feita manualmente a lanço ou em covas, em pequenas áreas, ou por aeronaves, em grandes áreas. Se a área não tiver estes obstáculos, mas o relevo tiver uma declividade que impossibilita a mecanização, os métodos de semeadura serão os mesmos, para pequenas e para grandes áreas, respectivamente, ou ainda, com uso de tração animal.
Se a área foi limpa pelo método mecânico, ou se era uma área de pastagem degradada, ou se era uma área de lavoura convencional, o terreno ficou em condições de ter o solo preparado e então os métodos de semeadura poderão ser a lanço com distribuidores de adubos, a lanço com semeadoras e em linha com semeadoras de grãos.
Se a área já era cultivada com lavoura em sistema de plantio direto, as etapas de limpeza do terreno e preparo do solo não ocorrerão e a semeadura será feita em linha com semeadoras de grãos para plantio direto na palha ou a lanço sobre a palhada após a colheita da lavoura, ou em sobressemeadura sobre a cultura agrícola ainda não colhida, como tem sido feito sobre a cultura da soja ao final do seu ciclo, semeando por meio de aeronaves, ou com distribuidores de adubos, ou com semeadoras acopladas sobre as barras de pulverizadores.
Adilson de Paula Almeida Aguiar - Zootecnista, professor de Forragicultura e Nutrição Animal no curso de Agronomia e de Forragicultura e de Pastagens e Plantas Forrageiras no curso de Zootecnia das Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda; investidor nas atividades de pecuária de corte e de leite.
Fonte: Scot Consultoria
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