Publicado em: 17/12/2020 às 15:40hs
Tem-se diversas tecnologias disponíveis consolidadas para produção animal em pasto, todas com seus prós e contras. Se discute sobre qual seria o melhor sistema, porém, o melhor sistema deve ser aquele que se enquadra na atividade econômica da fazenda, de acordo com cada realidade.
Os sistemas de produção animal em pastagens são complexos, envolvem uma série de interações entre componentes bióticos e abióticos. Dessa forma, o nível e tipo de interação varia de acordo com o sistema empregado.
Em relação ao funcionamento, consideramos três etapas de produção, onde há transformação de energia do meio em produto animal, sendo elas: crescimento, utilização e conversão (figura 1).
Figura 1. Fases de transformação de energia do meio em produto animal.
Fonte: Hodgson, 1990/ Adaptado por Scot Consultoria
Nesse contexto, intensificar a produção consiste em obter o maior rendimento possível por unidade de recurso produtivo disponível.
O uso do sistema de pastejo rotacionado é uma ferramenta interessante quando o objetivo é aumentar a produtividade de maneira eficiente e sustentável. Entre as vantagens do sistema, podemos citar o melhor aproveitamento do pasto, consumo uniforme e menor gasto energético do animal para a busca por alimento, que resultam em maiores ganhos por área.
Nesse sistema, a área é dividida em piquetes, onde ocorrem períodos alternados de pastejo e descanso, de forma que a desfolha ocorra com maior frequência e menor severidade em relação ao pastejo contínuo.
O ajuste de lotação é um ponto chave, e deve ser regulado de acordo com a oferta de forragem e eficiência de pastejo. O objetivo é colher de forma eficaz a forragem produzida e manter um mínimo de resíduo com atividade fotossintética para recuperação e máxima produção de forragem com qualidade.
A diminuição da emissão de GEE é um dos grandes desafios da pecuária brasileira, no âmbito ambiental. Entre os principais gases emitidos na produção em pasto temos o dióxido de carbono (CO2), o metano entérico (CH4) e o oxido nitroso (N2O).
Estima-se que o Brasil detenha 180 milhões de hectares em pastagens, nos quais 95 milhões estão com algum indício de degradação (LAPIG¹). Portanto, a capacidade de sequestro de carbono através da intensificação é expressiva.
Principais fatores que permitem a mitigação da emissão de GEE em sistemas intensivos:
Os sistemas intensivos de produção em pasto resultam em maior sequestro de carbono da atmosfera.
Além disso, a maior oferta de forragem, em quantidade e qualidade, permite maior taxa de lotação, melhores índices zootécnicos e, como consequência, menor emissão de GEE/kg de produto animal.
Alguns estudos mostram que o simples fato de evitar a perda de peso dos animais na seca resultaria em diminuição de aproximadamente 10% na emissão de GEE.
A intensificação parece ser o meio mais eficaz de aumentar a produtividade de forma menos prejudicial ao ambiente, proporcionando aumento na produção de alimentos e rentabilidade.
Revisão de literatura
Eduardo Seccarecio - Analista Scot Consultoria
Fonte: Scot Consultoria
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