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XI Congresso Internacional do Leite discute desenvolvimento do setor

Melhorar o sistema de produção, simplificar o processo de tributação, investimentos em capacitação profissional, infraestrutura, formação profissional e planejamento setorial de longo prazo são alguns dos ingredientes que formam a receita para melhorar o desenvolvimento do setor produtivo do leite no Brasil


Publicado em: 23/11/2012 às 17:10hs

XI Congresso Internacional do Leite discute desenvolvimento do setor

A grade de indicações é do diretor executivo da consultoria Agripoit e coordenador do portal Milkpoint, Marcelo Pereira de Carvalho. Ele abriu as palestras do período vespertino nesta quinta-feira (22), durante o 11° Congresso Internacional do Leite, em Goiânia.

Marcelo fez parte do painel Desafios para a Cadeia Produtiva do Leite Nacional – na visão do setor produtivo. Este painel foi moderado pelo presidente da Faeg, José Mário Shcreiner. O 11° Congresso Internacional do Leite segue até a próxima sexta-feira (23), no Atlanta Music Hall, em Goiânia. O evento é organizado pela própria Faeg, em parceria com a Embrapa Gado de Leite.

De acordo com o consultor, o aumento do consumo de produtos lácteos no Brasil, que dobrou nos últimos dez anos, foi ocasionado graças à elevação da renda e do poder de compra do consumidor brasileiro. Ele disse ainda que 95% do crescimento do setor ocorre em países ainda em desenvolvimentos, emergentes, o que coloca o Brasil em uma posição privilegiada neste cenário já que o País apresenta bons índices de produtividade, abundancia hídrica, terras férteis e fartas.

Durante o mesmo painel, o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Martins da Silva, tratou sobre o tema, mas em um viés da assistência técnica. Segundo ele, a produção agrícola atual, seja ela familiar ou empresarial, deve ser embasada não só em altos índices de produtividade, mas também na sustentabilidade, tanto da atividade quanto calcada nas questões ambientais e sociais nas quais o setor produtivo está inserido.

Neste sentido, Argileu destacou a importância do papel da assistência técnica para manter o produtor rural em sua propriedade bem como melhorar o rendimento e a produção agrícola. “Inovação tecnológica, geração de conhecimento, transferência de tecnologia e extencionismo são conceitos que caminham em um sentido unilateral para gerar riquezas para este setor”, destacou.

Assistênica


De acordo com ele, os principais gargalos para o crescimento do setor são falta de formação profissional apropriada, rentabilidade do produto engessada, difícil acesso a linhas de financiamento e pouca otimização dos recursos disponíveis para o setor. “Tanto que hoje, 18% dos produtores rurais são sua própria assistência técnica. O restante não tem acesso a esse tipo de ferramenta ou tem que contratar com recursos próprios”, ressalta. Argileu destacou também os esforços do Ministério do Desenvolvimento Agrário na área de assistência técnica e acesso a informação para os pequenos produtores.

Já o presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, falou no mesmo painel, mas na ótica do setor industrial. De acordo com o executivo, o setor precisa investir muito ainda para promover o aumento do consumo de produtos lácteos. Segundo dados apesentados por ele, o brasileiro consome em média 160 litros de leite por ano, ante 200 litros/ano consumidos pelos nossos vizinhos de fronteira, os argentinos.

Em contrapartida ao consumo ainda tímido, Paulo mostrou que o índice de penetração do produto já atingiu a totalidade dos domicílios brasileiros. O leite está presente em todas as residências do País. “Isso porque não precisamos convencer o consumidor que o leite é um alimento saudável que trará benefícios para sua saúde e seu bem-estar. A dona de casa já sabe disso”, acredita.

Ele defende que o setor precisa investir na agregação de valor ao leite e na diversificação de produtos lácteos oferecidos ao consumidor. Um bom exemplo, na opinião do executivo, são os produtos aromatizados, os achocolatados. Segundo dados apresentados por ele, os achocolatados crescem dois dígitos por ano. “Precisamos pensar no futuro do setor bem como aproveitar melhor o grau de aceitação dos produtos lácteos e o poder e penetração deste setor nos lares brasileiros”, enfatizou.

Durante o painel vespertino os participantes puderam ainda apreciar 134 trabalhos acadêmicos de professores, alunos, pesquisadores e extencionistas expostos no local. A programação do 11º Congresso Internacional do Leite segue até a próxima sexta-feira (23), no Atlanta Music Hall. O evento está sendo transmitido em tempo real pelos sites da Embrapa Gado de Leite: www.cnpgl.embrapa.br e do Sistema Faeg/Senar: www.sistemafaeg.com.br.

Fonte: FAEG - Federação da Agricultura do Estado de Goiás

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