Publicado em: 04/04/2012 às 17:10hs
Desta maneira o Doutor em Economia Aplicada e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, iniciou a palestra “Mudanças no perfil do produtor de leite no Brasil: possíveis cenários futuros”, nesta terça-feira (3) durante o Interleite Sul 2012 (3º Simpósio Internacional sobre a Produção Competitiva de Leite), em Chapecó.
A pesquisa foi desenvolvida através da análise de depoimentos que revelou a criação de quatro cenários para 2020. O primeiro é de “crescimento continuado e heterogêneo” em que a produção cresce 3,4% ao ano, o que representa 40 bilhões de litros. Além disso, a produção aumenta mais do que o consumo, o Brasil exporta 12% da produção (4,83 bilhões de litros), há expansão da irrigação nas regiões Sudeste, Centro Oeste e Nordeste e ocorre uma queda de 26% no número de fornecedores dos 14 maiores laticínios.
De acordo com o economista, no segundo cenário denominado “Leite é a nova estrela do agronegócio” a produção cresce 5% ao ano (50 bilhões de litros de leite), a exportação atinge 20% (10 bilhões de litros) e o Brasil entra no time dos países com baixo custo de produção. Nesta análise, as mudanças estão interligadas no selo de qualidade privada, no código de conduta e no fortalecimento do marketing institucional. Além disso, 82% do leite passa por inspeção, fundos de investimento atuam no setor, produção está integrada com destilarias de cana, os programas de compra de leite e transferências de recursos perdem importância e ocorre crescimento do consumo per capita de 2,35% ao ano.
No terceiro cenário, a visão é incerta com “futuro desperdiçado”. A produção e industrialização tem metas de curto prazo e relacionamento imaturo. As cooperativas perdem espaço, não há marketing institucional, 75% do leite é inspecionado, a renda per capita cresce pouco e o consumo também com 0,75% ao ano. Além disso, o preço do leite é baixo no mercado internacional.
O quarto cenário é o da “agricultura familiar competitiva”. A indústria láctea se estrutura a partir da agricultura familiar, possui forte apoio do Governo e as cooperativas crescem. A produção amplia 5% ao ano, (50 bilhões de litros), o consumo per capita aumenta para 190 litros e ocorre uma homogeneidade maior no sistema de produção.
Segundo Martins, essas análises não levaram em consideração a redução do número de produtores apontados no período de 95/96 a 2006 pelo Censo, dados por região, a rentabilidade do produtor e o aumento do salário mínimo.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
◄ Leia outras notícias