Publicado em: 25/02/2013 às 17:30hs
Quando a vaca está no cio, não só a temperatura sobe, como ela movimenta-se menos. A conjugação dos dois estímulos faz gerar um sinal, que é transmitido ao chip, que é fixo no pescoço da femêa. Este, por sua vez, envia um SMS ao celular do criador.
Com isso não será mais necessário fazer exames para descobrir se as vacas estão em seu período fértil e podem reproduzir, garantindo maior rentabilidade na pecuária de corte e leiteira.
Atualmente, segundo o doutor em reprodução animal José Carlos de Almeida Sabino Feo, também diretor acadêmico do Instituto Qualittas, a ferramenta mais utilizada é a inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Ela consiste no tratamento hormonal que é capaz de induzir uma ovulação fértil nas vacas, em dia e hora determinado, reduzindo o período ocioso das fêmeas, em que não estão prenhas. Com isso a média de intervalo entre partos da granja leiteira é reduzida, atingindo ou chegando próximo da condição ideal, que seria uma média de intervalo entre partos de 12 meses.
Apesar do funcionamento diferenciado, que ao invés de estimular indica o período fértil do rebanho, o novo sistema despertou interesse no Brasil antes mesmo de chegar ao mercado.
Michele Luz, gerente de negócios da Zenvia, empresa líder em mobilidade corporativa no país, afirma que o SMS está cada vez mais ganhando espaço devido à sua assertividade e agilidade, além do baixo custo, que o torna de fácil acesso a todos os ramos de atividade. “Setores primários da tecnologia como agricultura e pecuária tem nos procurado cada vez mais com a intenção de utilizar o SMS para melhorar seus processos. Toda a tecnologia ajuda a preencher uma lacuna em algum setor de negócio”.
Assim como em vários outros segmentos, a gerente também acredita na redução dos custos na atividade pecuária. “As empresas buscam um meio econômico e eficaz de fazer uma comunicação sem barreiras, no qual a informação chega de forma rápida e direta na mão do usuário. Isso está ocorrendo na pecuária”.
Esta é uma das preocupações levantadas pelo doutor José Carlos de Almeida Sabino Feo. Na opinião dele, o uso requer compatibilidade econômica em relação ao tipo de exploração pecuária, já que as técnicas existentes hoje são baratas e atendem o momento social rural e econômico do país. “São muitas as possibilidades tecnológicas da biomedicina aliada às mídias e celulares. O que nos parece excesso tecnológico versus retorno econômico, variável nas diferentes economias, trata-se do inexorável avanço da biotecnologia da reprodução”.
As características dos rebanhos brasileiros também podem dificultar o uso da nova tecnologia. “Acaba sendo ousado para as nossas condições, onde a pecuária é predominantemente extensiva, temos grandes rebanhos, baixa remuneração do leite e carne, e ainda mão de obra desqualificada”.
Fonte: Gazeta Digital
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