Publicado em: 16/05/2013 às 16:50hs
Produtores de leite que compareceram à abertura da 36ª Expoleite, que aconteceu ontem em Porto Alegre (RS), acreditam que o mercado de laticínios deve enfrentar mudanças depois do escândalo da fraude nos produtos no Estado, que veio à tona há uma semana. Para os representantes do setor, as irregularidades devem servir de exemplo para as atividades leiteiras no futuro.
Na última quarta, dia 8, a Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, apurou que cinco companhias de transporte de leite adulteravam o produto, adicionando água e ureia, para aumentar o lucro. Até o momento, sete pessoas foram presas e sete marcas tiveram lotes retirados do mercado.
Nesta edição, a Expoleite conta com a inscrição de 255 animais, de 44 expositores, vindos de 27 municípios do Rio Grande do Sul. Em meio às consequências dos últimos acontecimentos, os produtores e especialistas do setor procuram manter as atividades.
O produtor rural Itamar Tang é sócio de uma tradicional empresa de laticínios da Serra Gaúcha. Ele lamenta o fato de uma parte da cadeia ignorar a ética e as regras estabelecidas em lei para o trabalho com alimentos.
"Acho lamentável isso ter acontecido, porque a gente trabalha tanto, zela tanto pela qualidade do produto, porque é um direito do consumidor que isso aconteça. Quando se trabalha com qualidade, eu creio que essa qualidade tem um custo", ressaltou Tang.
Há oito anos, o técnico agropecuário Nacir Penz presta assessoria a 12 propriedades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para ele, com o escandâlo das fraudes, os maiores prejudicados são os produtores que trabalham honestamente.
"Nós temos só aqui no Estado 120 mil pessoas produzindo. A maioria está tendo prejuízo, seja imediado, de médio, longo praz. São prejuízos que vão desde o preço à diminuição do consumo e à desconfiança do consumidor", afirmou Penz.
Ele acredita no resultado das investigações e no trabalho de fiscalização das autoridades para um controle mais efetivo do leite, mas alerta que o consumidor também tem seu papel e pode ajudar a minimizar o problema.
" [O consumidor] tem que tentar imaginar que o leite tem um custo e não pode ser tão barato quanto ele gostaria de comprar".
Para a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul, as irregularidades não devem atrapalhar os negócios na feira e tampouco impactar o mercado do setor leiteiro no Estado.
"Eu acho que isso aí, no fim, foi um problema grave, mas que serviu pra dar uma alinhada na atividade", concluiu o superintendente técnico da Gadolando, José Luiz Rigon.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias
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