Publicado em: 11/01/2012 às 16:50hs
O Governo do Estado e a Seagri, que desenvolvem o programa por intermédio da empresa, calculam que os impactos só deverão ocorrer em médio prazo. Considerando que o ciclo reprodutivo bovino é longo, serão necessários cerca de quatro anos para se quantificar os avanços. A previsão é que haja uma elevação na produção de leite, que atualmente é de 3,39 milhões de litros/dia. Os resultados dependem ainda da associação do melhoramento genético com boas práticas de manejo e sanidade.
Os primeiros contemplados deste ano serão os rebanhos de assentamentos e comunidades de agricultores familiares, em diversas partes do Estado. A estimativa é que, até abril, quatro mil matrizes passem pelo procedimento.
No extremo Sul, o trabalho está sendo realizado em assentamentos e comunidades rurais ligadas à Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), nos municípios de Medeiros Neto, Ibirapuã, Alcobaça, Jucuruçu, Mucuri, Teixeira de Freitas, Itamaraju e Prado. Nesta segunda etapa, a equipe técnica, formada por Ademar Reis Filho, Ivan Carlos Viana, José Suzart e Corbulon Soares, apoiada por técnicos da gerência regional da EBDA de Teixeira de Freitas, vai avaliar também os rebanhos dos municípios de Porto Seguro, Itanhém e Guaratinga.
Já nas regiões Sudoeste, Oeste e Nordeste, o programa está sendo desenvolvido com agricultores familiares ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e à Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag).
O sêmen de touros, das raças Gir e Guzerá da EBDA, é coletado e armazenado na estação experimental de Utinga. O trabalho dos técnicos para a implantação deste programa começou muito antes. “Desde 2008 iniciamos este projeto que demanda uma infraestrutura muito grande. Em três anos, quando as bezerras nascidas agora entrarem em reprodução, começaremos a ver o impacto desta ação com o aumento da produção de leite e melhoria dos rebanhos dos pequenos agricultores”, destacou o membro da coordenação estadual do programa e técnico da EBDA, Ademar Reis Filho.
Na técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), utilizada pelo programa, as matrizes são selecionadas e estimuladas a entrarem no cio, com a utilização de hormônios, para a posterior introdução do sêmen. Este processo de sincronização de cio permite que a inseminação ocorra de forma programada e seja acompanhada e executada por técnicos da empresa.
A técnica de IATF aceita que haja uma expectativa de 50% de prenhez, confirmada entre 45 e 60 dias após a inseminação. As vacas que não ficarem prenhas são incluídas em uma nova etapa. O procedimento só é realizado após um levantamento e diagnóstico dos animais.
De acordo com o médico veterinário e especialista em reprodução animal, Ivan Carlos Viana, a inseminação artificial apresenta resultados muito mais satisfatórios do que se os reprodutores fossem doados para as propriedades. Ele destaca que da quantidade de sêmen liberado em uma monta natural pode-se obter até 400 doses de sêmen, e a partir daí, ocasionar até 200 prenhez. “Através da monta natural, o touro poderia cobrir até 50 vacas em um ano e gerar em média 30 bezerros. Se essa mesma quantidade de sêmen, liberado nessas montas, for utilizada para inseminação artificial, pode-se obter até 100 vezes mais bezerros do que no processo natural”, explica o especialista.
O técnico esclarece, ainda, que o procedimento oferece vantagens, como a seleção e reposição de matrizes, visando à melhoria do rebanho em menor tempo, o controle de doenças da reprodução, dados precisos de fecundação e de parto. Outra vantagem que vem atrelada ao processo é a orientação técnica prestada pelo pessoal da EBDA. Cada inseminação demanda cerca de seis visitas às propriedades, quando os agricultores recebem orientação sobre sanidade, pastagem, nutrição e manejo dos rebanhos.
Fonte: SEAGRI BA - Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária
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