Publicado em: 04/04/2012 às 16:20hs
As mudanças na economia e na agricultura brasileira e seus possíveis impactos na oferta de leite foi o tema abordado pelo engenheiro agrônomo e doutor em economia Alexandre Mendonça de Barros durante o 3o Simpósio Internacional sobre a Produção Competitiva de Leite, o Interleite Sul 2012, que reúne em Chapecó mais de 800 profissionais do setor para debate. O evento prossegue até às 12 horas desta quinta-feira (5), no Centro de Cultura e Eventos Plínio de Nes, por onde passarão os melhores especialistas e as maiores lideranças do segmento.
Barros fez uma análise da economia mundial, das crises e recessões, e também dos países que estão se tornando grandes potências econômicas. Assinalou que a Ásia emerge como o novo centro econômico do mundo e que os países em desenvolvimento deverão buscar alternativas vantajosas para a exportação. Porém, com o real valorizado, o Brasil só deve perder a competitividade.
As mudanças internas na economia que elevaram milhões de brasileiros à Classe C provocaram fatores positivos, na avaliação do palestrante. No entanto, o País não sabe aproveitar o ganho de renda e traduzir em melhoria de infraestrutura e qualificação da mão de obra. “Aumenta a arrecadação, mas não transformamos em investimentos. Não estamos aproveitando o momento para planejar o futuro”, salientou.
“O que ainda nos faz competir”, questionou. Há uma vantagem comparativa natural, domínio tecnológico e grande capacidade de produção. “O Brasil consegue otimizar as atividades (pecuária-lavoura), a produzir em ambientes tropicais e ainda conta com outros fatores, a exemplo da implantação do mercado de biocombustíveis”.
Para permanecer e competir no mercado, o Brasil deve investir na melhoria dos processos e em gestão. “Se o País é o maior exportador de frango e é referência no mercado exportador de carne bovina, por que não consegue se destacar no mercado internacional do leite? Há desafios enormes pela frente e é preciso evoluir”, finalizou.
SOBRE O PALESTRANTE
Alexandre Mendonça de Barros é engenheiro agrônomo e doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP (1999). Foi professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ/USP, nas áreas de macroeconomia, desenvolvimento econômico e economia agrícola. É professor de Economia Agrícola da Fundação Getúlio Vargas e membro do Conselho de Administração da Ultrafértil, do Grupo Schoenmaker/Terra Viva, do Grupo Otávio Lage e do Frigorífico Minerva. É também membro do Comitê de Assessoria Externa da EMBRAPA Pecuária Sudeste e do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP. É sócioconsultor da MB Agro e da Ruralcon Consultoria em Gestão Agropecuária.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
◄ Leia outras notícias