Publicado em: 28/02/2012 às 09:50hs
A proprietária, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, acompanhou a visita da equipe de reportagem da Rural Centro até a propriedade que fica entre Campo Grande e Terenos, no Mato Grosso do Sul.
O sucesso do confinamento vem de dois fatores: o primeiro é a ração feita em fábrica dentro da propriedade e o segundo é um pedido da própria Tereza Cristina como Secretária de Desenvolvimento Agrário e Produção de MS: o pecuarista deve enxergar a terminação do boi como uma ferramenta de gestão de seu negócio e aumentar a taxa de desfrute na pecuária. A prova é que somados os últimos três anos o confina mento ficou apenas 60 dias sem bois.
Dieta de confinamento e modelos de negócio
O gado recebe quatro tratos diários, sempre às 7h, 9h, 13h e 16h. A alimentação é feita com ração e silagem. A ração é formulada com milho, soja e algodão (caroço e torta). Já a silagem é feita com MG5, plantada na própria fazenda Santa Cristina (dois cortes ao ano em 180 hectares com produtividade de 30 a 35 toneladas em cada hectare).
O confinamento atende duas modalidades de negócios:boitel e parceria. Na parceria, o produtor rural recebe após o embarque do gado para o frigorífico. Neste sistema, o cliente recebe em peso de gado gordo o peso de entrada de seu gado quando entrou. Por exemplo, se o boi chegou ao confinamento com 360 quilos, o produtor receberá 360 quilos em preço de boi gordo ao invés de receber pelo preço do boi magro.
No boitel, o preço da diária é constante, ou seja, é o mesmo durante toda a estadia do gado no Confinamento Santa Cristina para a terminação. O preço depende do peso de entrada dos animais, que é pautado de acordo com o preço dos insumos.
Simulação de parceria no Confinamento Santa Cristina
Animal pesa 360 kg na entrada da fazenda com rendimento médio de carcaça de 50%: 180 kg, ou seja, 12 arrobas. Ao enviar o animal para o abate, o pecuarista recebe o preço de 12 arrobas de boi gordo.
Segundo Tereza Cristina, o Confinamento garante hoje o ganho diário de 1,5 kg. Há casos, no entanto, em que foi registradoganho de peso diário de 1,95 kg em animais Nelore e 2,2 kg para animais Canchim. “É claro que esse ganho médio diário acontece num prazo de 60 a 70 dias. Depois disso, a curva de conversão alimentar do animal estaciona e cai. O produtor não pode esperar o mercado aumentar o preço da arroba e querer que o animal continue com a mesma taxa diária de ganho de peso”, ressalta Bernard Louvet, responsável pelo Confinamento Santa Cristina. Louvet recomenda ainda que o abate do animal ocorra entre 480 e 500 kg.
Diversificando o negócio
Além do confinamento, a Fazenda Santa Cristina está incrementando seu mix de produtos para o mercado. A propriedade está terminando de construir as instalações necessárias para iniciar as atividades de uma fábrica de sal e de ração, começou a produzir húmus de minhocas e quer também criar um espaço comum para compradores e vendedores de gado magro doPantanal.
Fábrica de ração animal
A fábrica poderá produzir até 500 toneladas de sal e ração por mês. A ideia é iniciar as vendas para o mercado da região, que além do gado de corte poderá atender outra demanda: a produção de leite, principalmente após a construção (ainda em andamento) de um laticínio em Terenos que terá capacidade para processar mais de um milhão de litros de leite por dia.
O sucesso da ração é comprovado pelos principais frigoríficos que recebem gado terminado no Santa Cristina. “O frigorífico Rochedo e o JBS falam que nosso acabamento é dos melhores”, ressalta Tereza Cristina. A capacidade atual do confinamento é para 8500 cabeças e, em 2012, a meta é terminar 20 mil bois, cerca de dois ciclos de meio.
Criação de minhoca: húmus
A produção de húmus começou em 2011, usando um minhocário de 30 x 2 metros e aproveitando o esterco do gado como matéria prima. Deste modo, a Santa Cristina já produziu 26 toneladas de húmus, vendido a 60 centavos o quilo em média.
Compra e venda de gado magro
Outro projeto audacioso da Fazenda Santa Cristina é fazer um centro de comercialização de gado magro para o Pantanal. “É difícil para os compradores de gado chegar até o local de criação de bezerros e de boi magro e ainda pode ser que aquele gado não esteja bonito ou não ser o que ele quer. Aqui, poderíamos oferecer um espaço de fácil acesso”, destaca Tereza Cristina, reforçando que a intenção não é engordar, mas sim melhorar a condição corporal para apresentar aos compradores.
Para divulgar o sistema de negócios e ressaltar a inovação na gestão, o Confinamento Santa Cristina participará do evento Confinar 2012, que acontece entre 8 e 9 de junho em Campo Grande-MS. A programação prévia do evento está disponível no endereço www.confinar.net.
Fonte: Rede Rural Centro
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