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Empaer alerta sobre incidência da mosca-do-chifre no Vale do Rio Cuiabá

O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Antônio Rômulo Fava visitou algumas propriedades rurais no Vale do Rio Cuiabá e alerta sobre a incidência do ataque da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans)


Publicado em: 17/01/2012 às 17:00hs

Empaer alerta sobre incidência da mosca-do-chifre no Vale do Rio Cuiabá

Considerada uma das principais pragas do rebanho bovino e causa prejuízo no desenvolvimento da pecuária, reduzindo a produção de leite e peso do gado. A alta incidência ocorre no período das chuvas.

Inseto hematófago, mosca-dos-chifres suga o sangue dos bovinos, podendo levar os animais a um processo anêmico e provocando picadas repetidas e dolorosas, deixando os animais estressados, comprometendo o ganho de peso, produção de leite, taxa de prenhês e qualidade do couro. O inseto é encontrado o ano inteiro atacando os animais, mas é no período da verão, quando são registradas as maiores infestações. Fava explica que a praga profilera com a umidade e com altas temperaturas. “Na tentativa de livrar do ataque das moscas o animal movimenta a cabeça constantemente, balança o rabo em direção ao lombo, busca refugiar nos arbustos e capões de mato, não faz um pastejo sossegado deixando o animal muito irritado”, destaca Fava.

Devido os grandes prejuízos causados, esta praga tem merecido atenção dos pecuaristas na adoção de medidas para seu controle. Entre elas, podemos destacar o controle químico por meio de inseticidas piretroides e organofosforados, inseticidas naturais, controle cultural com o rodízio das pastagens e controle biológico com o besouro africano Onthophagus gazella, popular “rola-bosta”. Outro fato que vem preocupando a assistência técnica, pesquisadores e pecuaristas é a resistência que a praga vem apresentando aos produtos químicos utilizados no seu controle.

O zooctecnista, Antônio ressalta que é importante evitar o uso contínuo do mesmo produto durante as aplicações sendo necessário trocar o princípio ativo para evitar a resistência dos insetos. A prática indiscriminada do produto químico tem demonstrado efeitos negativos no combate à população de moscas resistentes aos inseticidas. Para aplicação de inseticidas, Fava aconselha os pecuaristas, verificarem uma infestação acima de 100 insetos por animal.

Com o excesso de chuva as fezes dos animais dissolvem e cria um fator positivo para evolução da mosca. Antônio destaca algumas medidas que são eficazes no controle a praga, tais como, coletar as fezes próximas ao curral e jogar numa esterqueira, lavar bem os estábulos, não deixar as fezes dos animais próximos a sede da propriedade e manter o local sempre limpo para evitar a proliferação da mosca.

Controle biológico

O fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae, produto biológico que é utilizado para combater as cigarrinhas das pastagens e da cana-de-açúcar, também foi pesquisado para combater a mosca- dos- chifres. O pesquisador da Empaer, Marcílio Bobroff Santaella, comenta que os dados preliminares da pesquisa comprovam que com a aplicação do fungo 100% dos insetos morreram e 47% desenvolveram o parasitismo.

Conforme Bobroff, o fungo demonstrou que tem potencial para controlar a infestação da mosca e pretendem trabalhar para aprimorar os estudos antes de qualquer recomendação para o campo. Os testes foram realizados somente em laboratórios e não em nível de campo. Ele explica que as pesquisas até o momento estão paradas aguardando o registro do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e Ministério da Saúde para produção do fungo.

O Metarhizium é um produto atóxico aos animais, ao homem e não deixa resíduos químicos no leite como pode ocorrer com o uso de produtos químicos. Considerado ideal para o meio ambiente. “Os dados são promissores em busca de uma nova alternativa para o controle da mosca-dos-chifres”, destaca Marcílio.

Fonte: Só Notícias

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