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Embrapa Rondônia recebe, pelo terceiro ano consecutivo, certificado de área livre para brucelose e tuberculose

A Embrapa Rondônia recebeu esta semana, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o certificado de área livre para brucelose e tuberculose do Campo Experimental em Porto Velho. Este é o terceiro ano consecutivo que a área recebe o registro e a Empresa continua sendo a única em Rondônia a possuir a certificação


Publicado em: 02/07/2012 às 08:20hs

Embrapa Rondônia recebe, pelo terceiro ano consecutivo, certificado de área livre para brucelose e tuberculose

O processo segue um rigoroso padrão instituído pelo Mapa em 2001, através Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), que também introduziu a vacinação obrigatória contra a brucelose bovina e bubalina em todo o território nacional. “É fundamental termos nosso rebanho certificado sanitariamente dentro dos padrões exigidos pelo Mapa, com isso, também incentivamos os produtores do estado a fazerem o mesmo”, explica Fábio Barbieri, pesquisador da Embrapa Rondônia, que complementa dizendo que está sendo concluído o processo de certificação do Campo Experimental de Presidente Médici, que há dois anos possui o certificado.

Além do cuidado com suas áreas, a Embrapa Rondônia, através do Projeto Tecleite, está estimulando a adesão de outras propriedades ao PNCEBT, contribuindo para o processo de erradicação da brucelose e da tuberculose no estado. De acordo com Barbieri, nos próximos meses, uma das Unidades de Referência Tecnológicas para bovinocultura leiteira (URTLeite) do Projeto irá iniciar o processo de certificação, podendo ser mais uma área certificada em Rondônia.

Projetos como este, que incorporam o controle da brucelose e da tuberculose e difundem tecnologias, estimulam a entrada no mercado de produtos de origem animal com qualidade e baixo risco sanitário para os consumidores. Portanto, ter uma propriedade livre de brucelose e de tuberculose também é garantia de que todos os produtos oriundos do rebanho estão livres das doenças, trata-se de uma preocupação com a seguridade dos alimentos que saem do campo e chegam à mesa dos cidadãos.

A Certificação

Os testes de diagnóstico de brucelose são realizados exclusivamente em fêmeas com idade maior ou igual a 24 meses, e que foram vacinadas entre três e oito meses; e também em machos e fêmeas não vacinados a partir de oito meses de idade.  Já os testes de diagnóstico para tuberculose devem ser realizados em todos os animais com idade igual ou superior a seis semanas.

Os procedimentos de certificação de propriedades livres de brucelose e de tuberculose obedecem aos princípios técnicos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), aceitos internacionalmente. O saneamento das propriedades que aderem à certificação de área livre é feito testando todos os animais e sacrificando os que acusarem resultados positivos para as duas doenças. Os testes são realizados em todo o rebanho até se obter três resultados sem animais reagentes positivos, no período mínimo de nove meses.

Terminado o período de testes a propriedade recebe o certificado de livre de brucelose e tuberculose e deve fazer a manutenção, cumprindo todas as regras e as normas sanitárias estabelecidas. Os testes devem ser repetidos anualmente em todos os animais e devem ser, realizados por médico veterinário habilitado, ou seja, aprovado em curso de treinamento reconhecido pelo Mapa.

Saiba mais sobre a brucelose e tuberculose

A brucelose e a tuberculose são zoonoses, ou seja, podem ser transmissíveis ao ser humano. Além de causarem prejuízos econômicos significativos para o país em relação à produção de carne e leite, impactam também na saúde pública.

A brucelose é causada por uma bactéria, Brucella abortus, que ataca bovinos, suínos, eqüídeos, caprinos, ovinos, e pode ser transmitida ao homem. Ela não tem cura e a única maneira de evitá-la é através da vacinação de bezerras.

A transmissão ocorre quando a fêmea contaminada aborta ou dá cria, contaminando o pasto, a ração, a água e o curral. As bactérias eliminadas permanecem vivas várias semanas nestes locais, podendo contaminar outros animais. Outra forma é através da inseminação artificial (sêmen contaminado) ou pela monta natural.

A doença passa de um animal contaminado para o homem, quando se tem contato com restos de placenta, toma-se leite cru, ou mal fervido, ou come-se derivados (queijo, manteiga, nata) feitos com leite cru.

Já a tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium bovis que ocorre em bovinos, bubalinos, cães, gatos e também no homem. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de lesões nodulares (caroços) que podem ser localizadas em qualquer órgão do animal.

Os animais se contaminam principalmente pela respiração, através do contato direto ou indireto com animais doentes. A transmissão também pode acontecer pela ingestão de pastagens, água e alimentos contaminados, principalmente o leite.

A doença é transmitida de um animal contaminado para o homem quando ocorre o consumo de leite cru ou mal fervido, de derivados feitos com leite cru, a ingestão de carne e seus derivados mal cozidos e a convivência com os animais doentes.

Fonte: Embrapa Rondônia

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