Publicado em: 07/08/2013 às 13:50hs
O queijo artesanal está avançando para além das montanhas de Minas. Com os Centros de Qualidade do Queijo Minas Artesanal, um projeto da Emater-MG, os agricultores familiares poderão comercializar o produto para todo o País, respaldados pela inspeção do Ima.
O produtor Alexandre Honorato, de Araxá, será o primeiro a vender o queijo de Minas em outros Estados. Para isso recebe, no dia 9 de agosto, a identificação da queijaria e o rótulo com o selo de inspeção do Ima. O produtor já fechou contrato em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná.
O investimento de Honorato foi de R$80 mil, mas ele informa que o valor pode ser bem menor. “O produtor tem que se dedicar, não é um bicho de sete cabeças. Para mim, não houve nenhuma dificuldade, pois a Emater-MG, dá todo o suporte neste processo, facilitando a vida do produtor rural”, explica Honorato.
A Emater-MG há anos vem se mobilizando na efetivação desse projeto, que favorece o agricultor familiar, possibilitando aumentar a sua renda. “A Empresa, além de ter buscado o recurso para a construção dos Centros de Qualidade do Queijo Minas Artesanal, atua, por meio da Rede do Queijo Minas Artesanal, orientando o produtor em todas as etapas da fabricação do queijo”, explica o presidente da Emater-MG, José Ricardo Roseno, o que assegura a qualidade do sistema de produção e do produto, exigidas na inspeção do Ima, para a comercialização do queijo.
A Rede do Queijo Minas Artesanal, conforme Marinalva Soares, coordenadora técnica da Emater-MG, é formada por uma equipe multidisciplinar da Emater-MG, com veterinários, engenheiros agrônomos, nutricionistas, que orientam os agricultores, assegurando a execução de boas práticas agropecuárias, a fabricação de queijos com qualidade, e até mesmo a destinação dos resíduos das queijarias, de forma a garantir uma produção sustentável.
Marinalva explica ainda que, “os Centros de Qualidade, além de oferecerem um ambiente adequado e amplo para uma perfeita maturação do queijo, essencial para ser reconhecido como artesanal, dão suporte logístico para coleta, seleção, embalagem e distribuição dos queijos para os grandes centros de consumo”.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, a atuação da Emater-MG foi significativa nesse processo. “Além de ter buscado o recurso para a construção dos Centros, a Emater-MG tem se empenhado na organização dos grupos que receberão os empreendimentos, estando presente em todas as etapas de produção do queijo de qualidade”, destaca o Secretário, que fala também sobre o papel do Ima, na inspeção dos queijos e na criação do mecanismo que permitiu ampliar a comercialização do produto.
Segundo o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, Zé Silva, idealizador do projeto, quando era presidente da Emater-MG, há uma grande expectativa nos mercados de outros estados com o comércio legalizado do queijo mineiro. “A expectativa é grande, pois não há quem não conheça, no Brasil, a tradição e a qualidade, que são referências dos queijos artesanais mineiros”. Ele acrescenta que nos Centros, “estas características serão asseguradas ainda mais com a assistência técnica da Emater-MG, para garantir um aumento da produção, a regularidade e a qualidade do Queijo Minas Artesanal, que é um patrimônio cultural de Minas e de todos os mineiros”.
Para Roseno, a ideia é construir Centros de Qualidade nas cinco regiões tradicionais produtoras do Queijo Minas Artesanal (Serro, Canastra, Araxá, Campos das Vertentes e Cerrado), ampliando o benefício aos produtores. Além de Medeiros, o primeiro a ser inaugurado, em Rio Paranaíba há outro Centro de Qualidade em fase de conclusão, que atenderá a 13 agricultores familiares. Há ainda outro em fase inicial, na cidade de Araxá.
Primeiro produtor a exportar o queijo de Minas
Alexandre Honorato produz queijo há 20 anos, mas por volta de 2006, ficou desanimado e desistiu da atividade. Porém, em 2007, incentivado pelos extensionistas da Emater-MG, participou de um concurso do Queijo Minas Artesanal realizado pela Empresa, e ganhou. O resultado do concurso animou o produtor que resolveu investir no Queijo Minas Artesanal, respaldado pela Emater-MG.
“Vivo da produção do queijo, não tenho nenhuma outra fonte de renda. A possibilidade de vender sua produção fora de Minas deu outro ânimo ao produtor. “A gente fica muito restrito vendendo o queijo só em Minas. Saindo do Estado abre um campo maior, agrega valor ao produto. Nós já temos que conviver com a concorrência desleal do queijo clandestino, agora, é partir para outros mercados, buscando uma clientela diferenciada que quer um produto de qualidade, certificado”, explica Honorato.
Na queijaria, são produzidos 130 queijos, diariamente. Ele trabalha com seis funcionários diretos e dois temporários. O nome do queijo fabricado por Honorato é "Minerim", do jeitinho que o mineiro fala.
Para Marinalva Soares, o licenciamento foi um ganho para o produtor: “ele mora perto de São Paulo e não podia vender para este estado, sendo que a demanda é muito grande. Vendo as portas abertas, ele procurou melhorar as instalações e aumentou a produção. Vender o Queijo Minas Artesanal fora de Minas é um avanço para os produtores, porque eles terão acesso direto ao consumidor, sem intermediários. Para isso, precisam ter um volume maior de produção, com regularidade na oferta do produto, semanalmente, o que será possível com os Centros de Qualidade do Queijo Minas Artesanal”.
“Esse é um momento importante para Minas Gerais, com a valorização de um produto tradicional de Minas e a abertura para a comercialização do queijo artesanal em todo o País”, ressalta o presidente da Emater-MG, José Ricardo Roseno.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Emater-MG
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