Este ano, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reuniu 14 de suas 47 Unidades na 7a edição da Dinâmica Agropecuária – Dinapec, na Unidade Gado de Corte em Campo Grande-MS, entre os dias 14 e 16 de março. Os Centros de Pesquisa levarão para os produtores sul-mato-grossenses um pouco das tecnologias geradas pela Empresa de Norte a Sul do país.

Embrapa Florestas (Colombo-PR), Embrapa Agrobiologia (Itaguaí-RJ), Embrapa Acre (Rio Branco-AC), Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Embrapa Rondônia (Porto Velho-RO), Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas-SP), Embrapa Soja (Londrina-PR) e Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) estão espalhadas pelos 30 hectares da Dinapec, atuando em minicursos, roteiros tecnológicos e palestras.

Vinda de Dourados-MS, a equipe da Embrapa Agropecuária Oeste traz para Campo Grande o Sistema Plantio Direto (SPD), o consórcio milho-braquiária e a fixação biológica de nitrogênio (FBN). O SPD é o cultivo mais conservacionista que se conhece, adaptável tanto na reforma de pastagens quanto na agricultura. Entre suas vantagens está a diminuição dos gases de efeito estufa, com o aumento da fixação de carbono atmosférico, fazendo do solo um reservatório de carbono. Na Dinapec, o produtor encontrará o Sistema em culturas de soja, feijão, crotalária, feijão-caupi e milho consorciado com braquiária.

O consórcio de milho com pastagens permite a melhoria da fertilidade, a descompactação do solo, aumenta a capacidade de retenção de água no solo e mantém o solo protegido. A tecnologia é empregada para a produção de massa para cobertura do solo e alimentação do o gado no período de seca, quando esses são soltos na lavoura após a retirada do milho.

Os benefícios da fixação biológica de nitrogênio (FBN) é o resultado da simbiose entre plantas e determinados microrganismos. A FBN contribui para o sequestro de carbono, estimulando a manutenção e a formação de matéria orgânica, possibilitando que o carbono seja incorporado ao solo, diminuindo sua perda para a atmosfera. Uma tecnologia limpa, por substituir, total ou parcialmente, o fertilizante nitrogenado mineral pelo processo biológico.

Fernando Lamas, pesquisador e chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste lembra que o Sistema Plantio Direto (SPD), a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e o consórcio milho-braquiária são tecnologias que têm como premissa básica a sustentabilidade (econômica, social e ambiental) da atividade agropecuária.

Leite e Mandarim – a Embrapa Pecuária Sudeste traz mais uma vez para a Dinapec a BRS Mandarim, uma cultivar de guandu utilizada para adubação verde, promovendo a fixação de nitrogênio, descompactação do solo, ciclagem de nutrientes e controle de fitonematoides do solo. É indicado para rotação de culturas em áreas de cana-de-açúcar e soja, bem como, na recuperação de áreas de pastagens degradadas.

Os técnicos da Unidade de São Carlos também estarão no roteiro apresentando a produção intensiva de leite, no qual a intensificação da produção leiteira baseia-se na melhoria das condições de fertilidade de solo, além da escolha da espécie forrageira adequada e do conhecimento acerca do manejo necessário para que a pastagem desenvolva todo o seu potencial de produção. O planejamento da alimentação dos animais em épocas tradicionais de escassez de alimentos é estratégia importante para a manutenção da produção do rebanho e a rentabilidade final da atividade.

Informática e agricultura – De Campinas-SP, a Embrapa Informática Agropecuária participa desta edição mostrando como o universo de bites e bytes é aliado da atividade agropecuária. A Agência de Informação Embrapa, o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Agritempo, o Repositório Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa (Alice), a Informação Tecnológica em Agricultura (Infoteca-e), o Invernada - software para apoiar o planejamento da produção de bovinos de corte, o Sistema Aberto e Integrado de Informação em Agricultura (Sabiia) e o Sistema Interativo de Suporte ao Licenciamento Ambiental (Sisla) serão demonstrados para os visitantes e estão disponíveis para acesso gratuito pela internet.

Entre os lançamentos mais recentes, há o Invernada e o Sisla. O Invernada (www.invernada.cnptia.embrapa.br) é uma ferramenta para planejamento da produção de bovinos de corte e destaca-se pela agregação de modelos matemáticos que permitam simular diversos cenários para o sistema de produção. Os recursos tecnológicos auxiliam nas estimativas de produtividade de pastagens, qualidade de forragem, pastejo seletivo, dinâmica de crescimento dos animais e otimização de dietas.

O Sisla (http://sisla.imasul.ms.gov.br) reúne um conjunto de informações espacializadas, disponíveis na internet e com acesso gratuito, para que consultores e empreendedores possam elaborar pedidos de licença ambiental. O programa apresenta recursos como o cadastro de processos por atividade, a análise técnica dos licenciamentos e a visualização da distribuição dos licenciamentos deferidos. O software foi gerado para a região do Mato Grosso do Sul, mas pode ser adaptado para qualquer estado ou região do Brasil.

Sistemas integrados e pequenos produtores – A médica-veterinária Fernanda Ferreira e a zootecnista Elisa Kohler estarão em Campo Grande-MS trazendo os trabalhos da Embrapa Rondônia ligados a sistemas integrados, manejo e gerenciamento de propriedades leiteiras, com foco em agricultores familiares, produtores de leite.

No manejo rotacionado de pastagens, Kohler abordará o que e como o produtor pode manejar sua pastagem e adequar a quantidade de animais por área. Ferreira, falará da importância da coleta de amostras para que o produtor possa saber as condições do rebanho e de manejo da propriedade em relação ao leite, mostrando ferramentas para o controle da mastite no rebanho.

Pastagem - Na área destinada à exposição permanente estão as cultivares desenvolvidas pelas Unidades da Embrapa e recomendadas para as diferentes condições de clima e solo do Brasil. Os visitantes encontrarão a BRS Tupi (lançamento), BRS Piatã, BRS Mandarim, Xaraés, Tanzânia-1, Mombaça, Massai, entre outras. A Brachiaria humidicola BRS Tupi é uma cultivar que se caracteriza pelo vigor, produtividade e boa distribuição da produção ao longo do ano, além de boa persistência sob pastejo, capacidade de suporte e desempenho animal.

A Brachiaria brizantha BRS Piatã tem a indicação para solos de média a alta fertilidade e produz forragem de boa qualidade (elevado valor nutritivo) e destaca-se pela alta taxa de crescimento/rebrota e pela moderada resistência às cigarrinhas típicas de pastagens. A Brachiaria brizantha Xaraés, por sua vez, se distingui por ser adaptada às várias regiões do país, crescendo bem em solos de média fertilidade.

A cultivar Tanzânia-1 é uma variedade de Panicum maximum que se evidencia pela alta produtividade, fácil manejo, elevado valor alimentício, elevada resposta à adubação, boa resistência à cigarrinha-das-pastagens e resposta quando submetida ao pastejo rotacionado. Já o Panicum maximum Mombaça apresenta alta produtividade e média resistência à cigarrinha.

Por fim, a cultivar Massai possui excelente produção de forragem com grande velocidade de estabelecimento e de rebrota, média tolerância ao frio e boa resistência ao fogo. Quando comparada à Mombaça e Tanzânia, o Massai apresenta-se mais adaptado às condições de baixa fertilidade do solo. Informações sobre a aquisição de sementes: http://snt.sede.embrapa.br/produtos/index/.

Mais informações sobre VII DINAPEC: www.cnpgc.embrapa.br