Os avanços da pesquisa voltada a seleção genética de gado de corte para característica de eficiência alimentar foram tema do Congresso Brasileiro de Angus, evento realizado entre os dias 04 e 05 de dezembro, no Hotel Sheraton, em Porto Alegre (RS).

O debate teve a mediação do gerente de produto Corte Taurinos da CRV Lagoa, Cristiano Leal, que destacou a importância da seleção genética avançar além das características de desempenho animal. Leal destacou, ainda, que a busca por indivíduos mais eficientes na conversão alimentar pode ser a solução para reduzir os custos de sistemas intensivos de produção de gado em confinamento, por exemplo, que têm uma grande parcela dos seus custos de operação atrelados à alimentação.

Leal, que é um dos responsáveis pelo sucesso da prova de avaliação de reprodutores Angus do Centro de Performance da CRV Lagoa, de Sertãozinho (SP), destacou também que o cálculo de eficiência alimentar ainda funciona como método complementar ao método convencional de medições para obtenção das DEPs (Diferença Esperada na Progênie) para as principais características de interesse comercial da produção animal.

“A mensagem que precisa ficar registrada pelo público, primeiramente, é que a única maneira de medir eficiência alimentar é acompanhar o consumo de matéria seca ingerida por cada animal individualmente. Apenas este método não é suficiente para escolha do touro ou matriz, que precisa ter outras características avaliadas para serem considerados bons para a reprodução”, comenta o especialista.

Na pratica, a bovinocultura busca um caminho que, em outra época, já foi traçado pelas cadeias de aves e suínos, de melhorar geneticamente seus planteis por meio da análise cuidadosa do consumo de alimentos e taxa de conversão alimentar. A diferença fundamental que impede um avanço mais rápido dos resultados na bovinocultura está no ciclo de vida bem mais longo dos bovinos em comparação com as outras duas espécies mencionadas.

Na prova do Angus do CP, além das 12 características convencionais que avaliam a funcionalidade e a performance reprodutiva dos touros, são analisadas a eficiência alimentar, utilizando o cálculo do CAR (Consumo Alimentar Residual). “A raça Angus é hoje a mais utilizada no cruzamento industrial para produção de carne. Por isso buscamos garantir que, além de elevado desempenho e adaptação, que este animal consiga converter alimento em carne, se tornando mais lucrativo para o produtor”, explica.