Publicado em: 06/03/2012 às 15:30hs
Todo pecuarista sabe que é precisar usar sêmen de alta qualidade para imprimir uma boa genética no rebanho, mas muitos não sabem o porquê. Com um material genético ruim, o índice de prenhez na primeira inseminação pode ser inferior a 30%, quando o ideal seria ter mais de 60% de vacas inseminadas com sucesso. Além do treinamento humano e congelamento adequado do sêmen, a nutrição dos animais na fase da cria e recria são de fundamental importância para a qualidade do sêmen, porque é nesta fase que os animais precisam desenvolver o aparelho genital.
Nos últimos anos, a qualidade dos sêmens oferecidos no Brasil têm melhorado bastante. Mas ainda precisamos avançar melhor na qualidade de cria e recria destes machos que vão à reprodução. A boa nutrição na desmama é importante. Esses animais deveriam ter uma recria mais bem controlada para ter um desenvolvimento melhor da genitália masculina ligada à produção de sêmen. Eles estarão entrando na seca ao redor de 12 a 14 meses na puberdade, então, a alimentação nesse período deve ser bem cuidada para ter a puberdade e a maturidade sexual nas horas certas — explica o especialista Luiz Deragon, gerente técnico da Alta Genetics.
Deragon esclarece que não é o teor da alimentação que é fundamental, mas sim a qualidade dos nutrientes oferecidos. Ele ensina que o touro reprodutor não precisa de um nutriente específico para estimular a produção de sêmen, mas é fundamental que a alimentação durante a desmana e a recria seja feita da melhor forma possível para que o aparelho genital se desenvolva bem.
Não é como uma vaca leiteira que tem um alto metabolismo que depende de uma alimentação potencializada para produzir muito leite ou como um animal de competição que precisa melhorar o seu desempenho, o importante é que o alimento tenha qualidade. É indicado usar o volumoso, o mais natural possível. E quando for necessário, usar ração equilibrada, silagem ou feno, mas é preciso que haja um controle rigoroso sobre eles — alerta.
O gerente técnico alerta para fatores como cuidado no congelamento e treinamento humano para que a inseminação seja realizada com sucesso. Segundo ele, ainda é preciso investir em técnicos especializados e submeter os animais ao exame andrológico mais cedo, entre 14 e 16 meses de idade.
Às vezes, alguns insucessos não se devem propriamente à qualidade do sêmen. Os fatores que devem ser considerados na inseminação são: a categoria animal que está sendo usada, a idade dos animais, manejo sanitário da fazenda, manejo reprodutivo, além da alimentação. Também é muito importante a condução da execução da técnica de inseminação — destaca Deragon.
Fonte: Juliana Royo/Portal Dia de Campo
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