No entanto, o desenvolvimento dos trabalhos "não foi suficiente para manter o ritmo" da colheita à frente do registrado no ano passado, como vinha acontecendo nas semanas anteriores, de acordo com relatório da consultoria.

O índice ficou ligeiramente abaixo dos 70 por cento registrados na mesma época de 2011. Mas a vantagem em relação à média histórica de cinco anos, de 66 por cento no final de março, manteve-se.

"Voltou a chover em boa parte do Paraná e, trazida pela chuva, veio também uma onda de frio mais intensa que o normal para esta época do ano, que provocou geada fraca em algumas áreas mais baixas de Guarapuava, no centro-sul, e de Pato Branco e Francisco Beltrão, no sudoeste", disse a AgRural.

"A soja semeada em dezembro e que ainda está em enchimento de grãos foi atingida na região de Guarapuava, mas ainda é difícil avaliar se houve alguma perda", acrescentou.

Na média do Paraná (segundo produtor brasileiro), a colheita avançou 13 pontos na semana, atingindo 76 por cento da área, ante 85 por cento em 2011 e dos 80 por cento da média de cinco anos.

Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a colheita está na fase final, com produtores já tendo colhido 97 por cento da área que plantaram, avanço de quatro pontos ante o mesmo período do ano passado.

No Rio Grande do Sul (terceiro produtor de soja do Brasil), "onde as áreas produtoras de soja não tiveram frio como nos Estados vizinhos", a colheita chegou a 23 por cento, em linha com os 24 por cento da média de cinco anos.

Na Bahia, por outro lado, a preocupação continua sendo o tempo seco. "Bom para a colheita, que atingiu 25 por cento da área, mas ruim para as lavouras em enchimento de grãos."

A AgRural estima a produção brasileira de soja em 66,7 milhões de toneladas, abaixo dos 75,3 milhões de toneladas da temporada anterior. Este ano, os Estados do Sul, em especial, sofreram com problemas de seca, entre dezembro e fevereiro, o que resultou na queda da produção.

O Brasil é o segundo produtor global de soja, atrás dos Estados Unidos.