Quando se fala em manejo genético, é esperado que se alcance no rebanho a predominância de características que corrijam problemas e potencializem as qualidades dos animais. Espera-se também a obtenção de eficiência dentro do sistema de produção e das condições climáticas de cada região. Sabe-se que, no Brasil, o trabalho a pasto é o que compõe a maior parte dos negócios e que, para o ambiente tropical, quanto mais o gado estiver adaptado, melhor.

Com o advento da inseminação artificial, veio a possibilidade de acelerar o processo de melhoramento genético, perpetuar uma genealogia diferenciada, evitar as ‘doenças reprodutivas’, aumentar o controle zootécnico e o índice de vacas prenhes, diminuir problemas de parto, entre várias outras vantagens. A tecnologia reprodutiva passou a ser uma forte aliada da pecuária.

Os benefícios são ainda maiores quando o material genético repassado vai, de fato, ao encontro da realidade do campo e quando visa prioritariamente à rentabilidade do bovinocultor. Para a seleção dos touros que compõem bateria da CRI Genética, multinacional com sede brasileira em São Carlos (SP), os critérios ligados à maior produtividade são o carro chefe da escolha.

De acordo com Daniel Carvalho, gerente de produto corte da CRI, no catálogo de zebuínos, que tem como principal raça o Nelore, entram dois tipos de touros: aqueles que já foram provados ou animais jovens. Touros provados, como já tiveram seus filhos avaliados, têm suas informações consistentes, ou seja, suas Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) já foram confirmadas. Ele resume a importância desse critério: “o pedigree fala o que o touro pode ser, o indivíduo, mostra o que se espera que ele seja e o resultado do teste de progênie, mostra o que ele é”. Daniel acrescenta que, ainda para a contratação desse tipo, a equipe da CRI procura por touros que tiveram elevada pontuação na avaliação genética, com alto grau de acurácia. “Além de provado, os reprodutores devem estar entre os líderes nos testes e serem bem avaliados nos sumários”.

Os jovens, por sua vez, apresentam como informações a avaliação individual e a avaliação dos pais, a chamada DEP de Pedigree. Além disso, o gerente de corte ressalta que, “antes de tudo, ele deve estar inscrito em um dos programas vigentes de melhoramento", sendo que cada um deles apresentam seus programas específicos de teste de progênie.

Para compor o catálogo, são prezados, ainda, instrumentos de qualificação, como o Certificado Especial de Identificação e Produção, o CEIP, e o Certificado Especial de Produção (CEP). Daniel explica que esses certificados trazem a informação de que o animal faz parte de um grupo de 20% aprovados, ou seja, eles tiveram pressão de seleção e, por se terem sobressaído, foram merecedores da certificação.

Atingir a todos esses critérios de contratação tem como principal objetivo oferecer genética de um animal completo para o criador. “Os touros devem imprimir, na progênie, ganho de peso, precocidade sexual e estrutura corporal adequada ao biótipo exigido pelo sistema de produção nacional”, descreve Daniel.

Essas características são essenciais para se obter como resultado animais mais adequados, eficientes e rentáveis nos rebanhos brasileiros. Produtor de gado que rende, tem melhores preços na hora de vender para a indústria e colabora para que o consumidor final possa contar com uma carne de qualidade superior. Nesse sentido, o propósito dos critérios de seleção da CRI Genética é, em última instância, um importante passo dado no caminho do desenvolvimento e evolução da pecuária no Brasil.

Novo catálogo

A edição 2013/2014 do catálogo de zebuínos da CRI Genética está disponível no site. Lançada durante a 19ª Feicorte, a publicação contém 13 novas contratações, num montante de 34 opções. Na raça Nelore, incluindo o Nelore Mocho, 11 touros novos compõem a lista de 31 reprodutores.