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Análise do DNA revoluciona produção de carne e leite

2º Workshop Internacional: Genômica Aplicada à Pecuária reuniu mais de 300 pecuaristas e técnicos além de especialistas para falar sobre a nova revolução na produção de carne e leite


Publicado em: 05/03/2012 às 09:50hs

Análise do DNA revoluciona produção de carne e leite

Genômica, a nova revolução na produção de carne e leite no Brasil e no mundo. A tecnologia, que promete acelerar drasticamente a velocidade de ganhos genéticos em rebanhos, foi o destaque do 2º Workshop Internacional: Genômica Aplicada à Pecuária, evento repleto de informações e novidades sobre as pesquisas já desenvolvidas e as que estão em andamento em várias partes do mundo sobre a análise do DNA para melhoria do sistema produtivo animal. O workshop, ocorrido em Araçatuba (SP) nos dias 26 e 27 de fevereiro, contou com alguns dos mais importantes nomes nacionais e internacionais do estudo de genômica para aplicação na produção animal.

Cerca de 300 participantes, entre pecuaristas e técnicos, participaram do evento, realizado pela primeira vez em 2011, ano em que foi concluído o genoma do gado zebuíno. Agora, com banco de informações mais consistente, principalmente da espécie Bos indicus, que compõe a maior parte do rebanho brasileiro, é criada a DEP genômica para acelerar a velocidade do ganho genético dos rebanhos, tendo como foco a maior produtividade (ganho de peso, fertilidade, crescimento etc).

Para o Prof. Fernando Garcia, da Unesp Araçatuba, um dos organizadores do workshop e líder da conclusão do genoma em 2011, um encontro como este, que reuniu importantes pesquisadores do Brasil, Estados Unidos, Nova Zelândia e Europa, demonstra que, apesar de as pesquisas ainda estarem em fase inicial no nosso país, já apresentam o enorme potencial da tecnologia.

“Já desenvolvemos pesquisas de interesse mundial, com nível de primeiro mundo. Obviamente que temos de agradecer ao apoio de pesquisadores internacionais que estão em níveis mais avançados no desenvolvimento de tecnologias genéticas para a pecuária”, explica Garcia.

O workshop mostrou que o desenvolvimento de marcadores moleculares com maior acurácia para características de interesse comercial em zebuínos agrega muito à cadeia da produção de carne bovina e de leite. Ian Hill, diretor da Agropecuária Jacarezinho, informa que o grupo – que tem fazendas em São Paulo e na Bahia – trabalha com capacidade média de lotação de 1,2 UA/ha, muito acima da média brasileira, que é de 0,7 UA/ha. “Este é um indicador confiável dos benefícios do uso da genômica apenas para a definição de paternidade. Os dados colhidos refletem uma capacidade produtiva bem acima do que ainda encontramos no país e confirmam que podemos produzir muito mais em áreas ainda menores. Este, sim, é um exemplo de pecuária sustentável”, enfatiza.

Daniel Biluca, diretor-executivo da Conexão Delta G, parceira da Unesp na coordenação do evento, está confiante nos rumos das pesquisas envolvendo a genômica. “Estamos em transição, passando de uma época em que desenvolvíamos a seleção do gado apenas prestando atenção a características fenotípicas para analisarmos de fato a ‘foto’ do DNA do animal e, daí, retirarmos informações de grande relevância para selecionar os melhores bovinos. Tendo como exemplo o caso da Jacarezinho, se eles têm capacidade de lotação tão acima da média do país apenas com o teste para registro de paternidade, imagine o que conseguiremos quando disponibilizarmos mais DEPs Genômicas específicas para zebus?”, indaga Biluca.

Para que as DEPs Genômicas sejam difundidas por toda a cadeia produtiva nacional, Fernando Garcia destaca a importância dos minicursos desenvolvidos no primeiro dia de workshop. Segundo o especialista da Unesp Araçatuba, o trabalho de base é necessário para que todos entendam minimamente o assunto. “A genômica ainda é um tema árido, pouco conhecido por grande parte das pessoas e, no mundo agropecuário, não é diferente. Só com informação conseguiremos fazer com que todos participem desta revolução que se inicia e trabalhem para o desenvolvimento da pecuária brasileira”, ressalta Garcia.

Fonte: Texto Assessoria de Comunicações

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