Publicado em: 18/03/2013 às 08:00hs
A situação das lavouras de soja do oeste da Bahia e da pecuária em todo o Estado é alarmante e preocupa as autoridades. A afirmação é do Secretario de Agricultura do Estado da Bahia, Eduardo Salles, que participou, nesta quinta-feira (14/3), do 7º Dia de Campo John Deere na Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO). De acordo com Salles, os principais problemas ocorrem na região oeste com as lavouras de soja, que estão sendo fortemente atacadas por lagartas, e na região do sertão, onde a falta de chuvas já dizimou quase 30% do rebanho bovino. “Não há água nem comida para este gado”, diz.
O secretário explica que no oeste, o ataque das lagartas Helicoverpa zea, que antes só atacavam o milho, invadiram as lavouras de soja e ameaçam as de algodão, que serão plantadas em meados de abril. “Não temos um defensivo para o controle desta lagarta, por isso, a presidente Dilma Rousseff já decretou a situação de emergência para agilizar o registro de um produto eficiente”, afirma Salles, que para isso contou com a interferência do governador Jacques Wagner. Na tarde desta quinta-feira (14/3), a liberação do registro foi publicado no Diário Oficial da União.
De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado, os prejuízos causados pela lagarta já ultrapassam R$ 1 bilhão. “Alguns produtores desta região já registraram perdas significativas nas lavouras de soja e a preocupação também se estende agora às lavouras de algodão. Precisamos correr para tentar controlar esta praga”.
Gado
Outro grande problema que afeta o Estado é a seca e a logística. “Em algumas regiões da Bahia não chove há três anos. Os animais, tanto bovinos como caprinos, não tem mais o que comer”, explica o secretário, citando a região de Uauá.
Na quarta-feira (13/3), em Caldas Novas (GO) todos os Secretários Estaduais de Agricultura do Brasil se encontraram na Reunião Anual do Conselho dos Secretários de Agricultura (Conseagri). “Todos nós, secretários da região nordeste, já enviamos pelo menos dez pedidos à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para que eles nos enviassem navios, do Porto de Paranaguá, para os portos da Bahia, com milho para que possamos alimentar este rebanho” diz. “Até agora, não houve manifestação nenhuma da parte deles”.
Salles diz que a reivindicação ocorre porque existe uma grande dificuldade em levar, via rodoviária, cargas da região Centro-Oeste para a Nordeste. “Ninguém quer ir para lá e é muito caro este frete, então pedimos a cabotagem”. Ele também conta que todos os governos da região já se comprometeram em arcar com os custos deste transporte.
Para suprir, inicialmente a demanda por milho para alimentar o gado na região, seriam necessárias 120 mil toneladas do grão por mês. “Apenas 30 mil toneladas de milho chegaram à Bahia nos últimos três meses”.
O Secretário ainda diz que a seca, além dos prejuízos no rebanho, tem provocado um outro grande problema, a depressão. “É a pior situação que já passamos, os agropecuaristas que levaram uma vida toda para conseguir comprar uma, duas ou cinco cabeças de gado de leite ou seu pequeno rebanho caprino, para tirar seu sustento, viram seus animais morrer de sede e fome e agora, estão enfrentando a depressão. Eles só choram”.
Fonte: Globo Rural
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