Publicado em: 06/02/2013 às 08:20hs
Bovinos manejados em regime de pasto têm como principal fonte de alimento a forragem, que possui oferta e condição variável ao longo do ano. A estação da seca (entre o outono e inverno) é marcada pela diminuição da disponibilidade deste alimento - consequência da quantidade reduzida de água, baixa temperatura e menor fotoperíodo. A qualidade desta forragem é inferior (baixos teores de proteína, energia e minerais) quando oferecida aos animais com idade de crescimento avançada.
Para evitar a perda de peso dos ruminantes os pecuaristas investem em tecnologia de suplementação a pasto e substituem minerais linha branca pelos proteicos, proteico-energéticos ou rações de semiconfinamento. Estes suplementos disponibilizam além dos macro e microminerais, carboidratos não estruturais e proteína. Como resultado, o ambiente ruminal é enriquecido com nitrogênio e nutrientes digestíveis totais fermentescíveis. Os microrganismos se tornam mais eficientes ao degradar fibra, os animais aumentam a ingestão de alimento e ganham mais peso. A suplementação na estação da seca é mais comum do que no período das águas e, ainda assim, muitas propriedades ainda não adotaram este tipo de manejo.
Na estação chuvosa a forragem se apresenta verde e muitas vezes abundante, o que reduz consideravelmente o uso de suplementos proteicos, proteico-energéticos e rações. Na estação das águas, o fornecimento de 80 g de suplemento mineral contendo macro (cálcio, fósforo, magnésio, enxofre e sódio) e microminerais (manganês, zinco,cobre, iodo, cobalto, selênio e ferro) propiciará 400 a 500 g de peso vivo (PV)/ animal / dia, caso não haja restrição de volumoso. Este é o principal motivo pela menor suplementação protéica nas águas, porém o desempenho dos animais poderia ser superior.
É importante ressaltar que a adoção de suplementos que forneçam somente minerais no verão não é uma prática incorreta, pelo contrário, o não fornecimento destes minerais resultaria em perdas produtivas e reprodutivas. A suplementação com fontes adicionais de proteína e carboidratos de rápida degradação ruminal resultam em:
• Maior desempenho em pastagens manejadas intensivamente - estas áreas são normalmente muito adubadas e apresentam elevados teores de nitrogênio. É necessário fornecer carboidratos visando à sincronização com a porção solúvel e de rápida degradação ruminal da proteína disponível na forragem.
• Maior desempenho em pastagens manejadas de maneira mais leniente (baixa taxa de desfolha, onde há maior presença de material senescente (morto). Neste caso, é necessário o aporte de proteína verdadeira (aminoácidos), o que resultará em maior consumo e digestibilidade do alimento.
O alto desempenho é necessário, já que a constante valorização da terra e o incremento dos custos de produção obrigam a atividade pecuária a se tornar cada vez mais eficiente. O aumento somente do teor de proteína bruta e os nutrientes digestíveis totais (NDT) do capim, no período das águas, não são suficientes para um elevado ganho de peso dos animais.
A suplementação resultará em maior investimento, porém a compensação virá com o aumento de peso (mérito individual) e da produtividade (mais @/ hectare/ ano). O período de engorda de um animal suplementado com proteinado em comparação ao ruminante que recebe apenas mineral linha branca é inferior. Este método acarreta no ganho indireto de poder retirar o animal mais cedo do pasto, disponibilizando o espaço para outro bovino, que iniciará o processo de recria ou engorda.
É fundamental que o produtor de proteína animal avalie não somente o quanto investirá na alimentação complementar, mas o retorno do capital investido quando a suplementação é realizada de maneira correta.
Fonte: José Leonardo Ribeiro – gerente de produtos ruminantes do Grupo Guabi
Fonte: LN Comunicação
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