O semiconfinamento tem ganhado destaque como uma opção intermediária entre o confinamento tradicional e a suplementação estratégica em pasto seco para a terminação de bovinos de corte. Esta prática, cada vez mais adotada, oferece vantagens como menor necessidade de infraestrutura em comparação ao confinamento convencional e melhores resultados zootécnicos em relação ao sistema extensivo.

Vantagens e Recomendações

Segundo Luan Lucas Felix da Silva, zootecnista e supervisor Comercial da Connan, o semiconfinamento proporciona flexibilidade ao produtor na tomada de decisões, não exigindo grandes investimentos em alimentação volumosa além do pasto. Essa prática também permite aumentar a lotação nos piquetes, aliviando a pressão sobre outras áreas de pastagem destinadas a diferentes categorias de animais.

Para uma adoção eficaz do semiconfinamento, Silva recomenda que os bovinos estejam próximos do peso ideal de abate antes do início do processo. "Se planeja um ganho de peso diário de um quilo e o peso final de abate é de 460 quilos, os animais devem começar o semiconfinamento com 400 quilos, seguindo um período recomendado de 60 dias", explica.

Estratégia Nutricional

O especialista destaca que o semiconfinamento é particularmente adequado quando se busca um acabamento de carcaça uniforme. A quantidade de concentrado fornecido varia de 0,7% a 2% do peso vivo do animal. "O desempenho animal, a qualidade do acabamento e os custos de produção são diretamente influenciados pelos níveis de suplementação, exigindo um planejamento cuidadoso", enfatiza Silva.

Considerações Finais

Essa prática permite o uso de alimentos de baixo custo, como coprodutos e resíduos da agroindústria, desde que se leve em conta o custo de transporte da matéria seca, a presença de contaminantes e o limite máximo de inclusão na dieta dos animais.

Por fim, Silva ressalta a importância da estrutura adequada de alimentação, incluindo cochos dimensionados corretamente e lotes de animais homogêneos quanto a idade, sexo e peso. "É essencial separar os animais mais dóceis dos mais arredios e priorizar pastagens de qualidade", conclui o especialista, reforçando a importância do manejo eficiente para o sucesso do semiconfinamento na produção de bovinos de corte.