Publicado em: 25/04/2012 às 17:20hs
Problema que vem ocorrendo ao longo dos anos, a estiagem tem preocupado os pecuaristas do Rio Grande do Sul e provocado quedas de produtividade cada vez maiores. De acordo com Estefanía Damboriarena, supervisora da área de comunicação e negócios da Embrapa Pecuária Sul, a tendência é de que o fenômeno se repita este ano.
Devido ao fenômeno La Niña, as chuvas estão abaixo do normal desde o período da primavera. Essa escassez tem um efeito muito significativo nas pastagens naturais – afirma Estefanía.
Segundo ela, já existem levantamentos feitos pelo município que prevêem uma redução de 30% dos terneiros ofertados durante esse ano. Na produção leiteira, existem municípios da região que já apresentam queda de 50% de produção. Já a ovinicultura é menos afetada porque, em tese, os ovinos são mais resistentes.
Para enfrentar o problema, uma das principais recomendações da supervisora é realizar uma reserva de campo nativo. Para isso, deve-se fazer uso de divisórias e cercas elétricas antes que a estiagem ocorra.
Isso é possível hoje porque as informações meteorológicas estão cada vez mais disponíveis, inclusive através dos diferentes veículos de comunicação – explica.
A segunda questão, segundo ela, diz respeito ao bom controle sanitário do rebanho já que, com a retomada das chuvas, poderão ocorrer surtos de verminoses e carrapatos, além da tristeza parazitária.
É importante também fazer a preparação das pastagens de inverno, importantes para o rebanho já fragilizado pela escassez de chuva e alimentos. Já do ponto de vista do manejo, principalmente do gado de corte, a pesquisadora afirma que o desmame precoce dos terneiros é uma prática que ajuda a melhorar a função reprodutiva das vacas. Além disso, também pode ser feito o acasalamento de outono, ou seja, usar os meses de março, abril e maio para tentar reverter o quadro de baixos índices reprodutivos.
Em terceiro lugar, pode-se recorrer à suplementação dos terneiros ao pé da vaca, ou seja, criar uma condição de cochos privativos para a alimentação prioritária deles. Já em situação da existência de forragem de baixa qualidade na propriedade, deve-se usar sal proteinado ou energético – aconselha.
Segundo Estefanía, com as mudanças na hora do manejo, o produtor já poderia diminuir os impactos da estiagem sem a necessidade de investir capital, já que o processo envolve apenas o aporte de mão-de-obra para realizar o desmame precoce e o acasalamento de outono, por exemplo.
Para mais informações sobre como enfrentar a estiagem do Rio Grande do sul, basta entrar em contato com a Embrapa Pecuária Sul através do número (53) 3242-8499.
Fonte: Kamila Pitombeira/Portal Dia de Campo
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