Publicado em: 01/07/2022 às 12:20hs
Na conservação de forragem, a fenação se revela uma excelente alternativa para os pecuaristas que desejam reduzir o problema da estacionalidade da produção das plantas forrageiras na época de seca. Através deste processo, o excedente do que foi produzido nas pastagens na época das águas pode ser armazenado e utilizado na alimentação dos animais em épocas de escassez.
Mas não é só produzir feno, é preciso produzir com qualidade e de modo economicamente viável. Para isso ser possível deve-se optar pela forrageira adequada e se atentar às etapas do processo de fenação.
A fenação pode ser definida como o conjunto de operações que possibilita a produção de feno a partir da perda de umidade de uma determinada forrageira. Assim é possível preservar a espécie forrageira por um longo período minimizando ao máximo a perda das características e do valor nutritivo da planta.
Este processo permite que o pecuarista tenha uma fonte de alimento para atender a demanda animal em períodos inadequados à produção forrageira. Além de aumentar a eficiência da utilização das pastagens e oferecer ao pecuarista uma opção facilmente comercializável.
A qualidade do feno está intimamente relacionada a forrageira escolhida. Mas além da escolha adequada é preciso cuidado durante o processo de fenação com: correção da fertilidade do solo; controle de plantas invasoras; momento adequado do corte da planta; condições climáticas ao longo do processo de secagem; sistema de armazenamento que será empregado; utilização do maquinário apropriado e mão de obra especializada em todas as etapas do processo.
O feno de qualidade apresenta coloração verde, caso esteja amarelado pode ter tido armazenamento não adequado ou ter sido enfenado com excesso no tempo de secagem.
Um dos benefícios da fenação é que é possível produzir com diversas espécies de forrageiras. Contudo, são indicadas espécies que apresentem maior facilidade no momento da desidratação e possuam características desejáveis a fenação como boa composição bromatológica, bom valor nutritivo, boa relação folha/colmo, caules finos, facilidade de desidratação após o corte, produtividade e maior capacidade de rebrota.
Entre as forrageiras mais comuns adotadas no processo de produção de feno estão:
As forrageiras do gênero Cynodon são as mais utilizadas e indicadas para a produção e comercialização de feno. Pois possuem alta produtividade, tolerância a cortes frequentes, elevado valor nutritivo e boa relação lâmina foliar/colmo.
A Barenbrug do Brasil oferece uma variedade exclusiva de Cynodon, o Cynodon dactylon Barenbrug. O cultivar conta com excelente desempenho em sistemas de produção de feno de altíssima qualidade morfológica, por sua relação folha/estolão, caules mais finos e se destaca dos outros cultivares do mesmo gênero por permitir o estabelecimento por meio de sementes.
Dentre as Brachiarias que podem ser inseridas nos sistemas de fenação, destacam-se a Brachiaria híbrida cv. Mulato II, o cultivar Sabiá, e o cultivar Cayana, por serem forrageiras de alta produtividade e com boa qualidade bromatológica.
Estes três cultivares possuem uma característica em comum no início do seu desenvolvimento que os torna extremamente interessante. Inicialmente eles priorizam o desenvolvimento do sistema radicular e posteriormente desenvolvem a parte aérea (folhas) da planta, característica essa que permitem que as plantas captem mais nutrientes no solo, rebrotando mais e com isso gerando mais folhas.
O processo de fenação é procedimento considerado relativamente simples de ser realizado, porém alguns cuidados devem ser tomados. Basicamente as etapas que envolvem a produção de feno são:
O corte é a primeira etapa no processo de fenação. Nesta etapa o indicado é que o corte seja feito pela manhã em dias ensolarados e de baixa umidade relativa. É importante quando se trata de colheita mecanizada que o maquinário esteja ajustado, para que a altura de corte seja realizada de forma uniforme em toda a área.
As plantas forrageiras possuem características morfológicas que demandam diferentes alturas de corte, assim o ideal é buscar a altura de corte recomendada da forrageira.
A etapa de secagem ou desidratação é a operação mais importante no processo de produção de feno, pois a qualidade está profundamente relacionada a essa fase.
Assim como no processo de corte existem condições ambientais que favorecem a secagem são: dias ensolarados, baixa nebulosidade e umidade relativa do ar, ocorrência de ventos e temperaturas elevadas, sem previsão de chuva.
Para facilitar a secagem, após o corte, o revolvimento da massa de forragem deve ser realizado com ajuda de um ancinho, isso acelera a secagem da massa e seca de forma homogênea.
Ao concluir a etapa da secagem é realizado o enleiramento, que deve ser executado para preparar a massa de forragem para o enfardamento.
O enfardamento é o processo que permite que seja armazenado uma maior quantidade de feno em um menor espaço. Entre as vantagens do fardo estão: a facilidade de controle de disponibilidade; facilidade transporte; melhor conservação; ocupa menos espaço. Esta etapa pode ser realizada através da enfardadora ou manualmente, recolhendo e prensando a forragem enleirada, formando os fardos de feno que podem ser produzidos com diferentes formas, tamanhos e pesos. Podem ter o formato quadrado, retangular ou cilíndrico.
Para a etapa do armazenamento é essencial que as condições sejam adequadas, para que o feno mantenha um bom valor nutritivo e possa ser conservado por um longo período. O local onde o fardo de feno será armazenado deve ser livre de umidade, bem ventilado e não deve ocorrer a incidência de radiação solar diretamente sobre o feno.
Fonte: Barenbrug do Brasil
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