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Impacto das Afecções Musculoesqueléticas em Equinos: Consequências e Cuidados Necessários

Entenda como as lesões musculoesqueléticas afetam a performance e o bem-estar dos equinos, e quais medidas podem ser tomadas para prevenir e tratar essas condições


Publicado em: 04/09/2024 às 15:00hs

Impacto das Afecções Musculoesqueléticas em Equinos: Consequências e Cuidados Necessários

As afecções musculoesqueléticas em equinos englobam uma série de doenças e lesões que afetam músculos, ossos, articulações, tendões e ligamentos dos animais. Essas condições podem causar dor, inflamação e dificuldade de movimentação, comprometendo significativamente a capacidade dos equinos de realizar atividades físicas, tanto em contextos atléticos quanto de trabalho.

Camila Senna, médica-veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, explica que lesões frequentemente surgem devido a esforços repetitivos sobre estruturas ósseas e articulares. “Essas lesões causam dor, inchaço e comprometem a movimentação completa do animal, reduzindo seu desempenho”, afirma Senna.

Entre os problemas mais comuns estão as inflamações em ligamentos (desmites) e tendões (tendinites), que costumam ocorrer devido a traumas agudos ou ao esforço excessivo e repetitivo. A desorganização das fibras teciduais resultante dessas condições pode levar a uma recuperação lenta e incompleta, tornando os equinos suscetíveis a novas lesões.

As artrites, inflamações que afetam as articulações, podem ter causas primárias, como traumas e infecções locais, ou secundárias, como deficiências nutricionais e malformações. Quando se tornam crônicas, essas inflamações podem provocar a osteoartrite, caracterizada pela deterioração progressiva da cartilagem e alterações nos ossos e tecidos moles da articulação.

A dificuldade de realizar movimentos amplos e corretos impacta diretamente o bem-estar e a performance dos equinos. “Lesões musculoesqueléticas podem causar dor, que varia de leve a intensa e é frequentemente visível através da reação do animal ao toque ou movimento. O inchaço e a claudicação são comuns, além da diminuição na capacidade de realizar atividades físicas com eficiência”, detalha Senna.

O diagnóstico dessas condições geralmente requer um exame físico detalhado, histórico clínico do animal e, em alguns casos, técnicas de imagem como radiografias, ultrassonografias ou ressonância magnética. O tratamento pode incluir repouso, fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios e, em alguns casos, cirurgia.

O Dimetilsulfóxido (DMSO), um anti-inflamatório não esteroidal (AINE), tem se mostrado eficaz no tratamento de várias afecções equinas, principalmente musculoesqueléticas. De acordo com Senna, o DMSO possui propriedades antioxidantes que ajudam a interromper a inflamação ao eliminar radicais livres, retardando ou até mesmo interrompendo a cascata inflamatória. “Sua capacidade de atravessar membranas celulares e dissolver grandes quantidades de moléculas orgânicas o torna um excelente adjuvante no tratamento de tecidos densos, como ossos e articulações”, explica a profissional.

O DMSO é frequentemente utilizado para tratar laminite, uma inflamação grave das lâminas dos cascos, ajudando a interromper o processo inflamatório e evitar complicações. Além disso, o DMSO reduz a concentração de água em tecidos inflamados, aliviando o edema e melhorando a microcirculação, o que promove alívio temporário da dor.

Para prevenir afecções musculoesqueléticas, é essencial um programa de treinamento adequado para evitar esforços repetitivos excessivos, manter uma dieta balanceada para garantir a saúde dos ossos e músculos, realizar check-ups veterinários regulares e usar equipamentos apropriados, como selas e ferraduras.

Embora as afecções musculoesqueléticas representem um desafio significativo para a saúde equina, com cuidados adequados e medidas preventivas, muitas dessas condições podem ser gerenciadas ou prevenidas, permitindo que os equinos mantenham sua performance e qualidade de vida.

Fonte: Portal do Agronegócio

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