Publicado em: 27/09/2013 às 15:20hs
Criadora do renomado programa "Horsemanship for Woman", a americana Karen Scholl foi uma das atrações principais da 33ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, que ocorreu recentemente, em Belo Horizonte (MG). Em alguns dias de exposição, a especialista em ciências equinas ensinou técnicas simples, mas eficazes, que trabalham a confiança dos animais. "Cavalos são considerados presas naturais e se assuntam com tudo aquilo que não lhe é familiar", explicou em apresentação.
Segundo ela, o próprio homem é visto como uma ameaça em potencial. Sabe-se que a maioria das quedas acontece por despreparo das pessoas ou ausência de equipamentos e acessórios fundamentais necessários à segurança, mas a desconfiança dos animais pode surpreender até mesmo cavaleiros experientes. Só que neste caso, o mais comum seria uma frustração pela desobediência.
É aí que conhecimento da natureza do animal torna-se um importante aliado. "Se quero que confie em mim, primeiro tenho de estar totalmente tranquila", disse Karen, que mesmo vindo de uma família tradicional na criação, envolveu-se na atividade apenas depois dos 20 anos. Para quem não a conhece, ela é uma das mais prestigiadas discípulas de Pat Parelli, autoridade máxima em horsemanship.
Na faculdade, a psicologia equina era sua disciplina preferida, área em que se especializou e passou a lecionar em 1995. Ao longo da carreira, desenvolveu um método peculiar de "comunicação" através da linguagem corporal. "Reproduzo sinais e gestos que os cavalos usam uns com os outros para se comunicar", disse.
Segurando uma guia sem pressão, para que o animal se sentisse totalmente confortável, Karen passava um chicote por seu corpo e as vezes fazia movimentos chamativos, procurando dessensibilizá-lo de experiências frustrantes e demonstrar que, mesmo com essa mudança repentina no ambiente, não corria risco de ser ferido. Normalmente, sempre que ameaçado, a ação mais esperada é que se movimente bruscamente ou tente fugir.
Neste método, mesmo desconfiado, o cavalo pode buscar uma referência em seu cavaleiro, antes de qualquer reação. "Procuro tratá-los como se fosse uma mãe que brinca com o filho, mas sabe ser firme quando necessário, Mesmo que o céu desabe, ele deve me olhar, perceber minha tranquilidade e não reagir", afirmou.
Para tanto, de acordo com ela, basta apenas tratá-lo com gentileza e tranquilidade. Neste estado, ele emite sinais facilmente perceptíveis, como reclinar a cabeça e lamber constantemente os lábios. Em resposta, expressa todo o brilhantismo, seja qual for a raça.
Em sua breve passagem, Karen Scholl disse ficar encantada com o porte e a beleza da raça Campolina, especialmente em relação à cabeça e às orelhas lançadas. A vinda ao Brasil foi uma parceria entre a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina) e a BTS Turismo. Em seus mais de 20 cursos ministrados pelos Estados Unidos e Canadá, em 2012, Karen tem como foco a doma aplicada em diferentes situações.
Fonte: Pec Press® - Imprensa Agropecuária
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