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Cólica em Equinos: Prevenção e Tratamento da Dor que Compromete a Saúde Digestiva

Distúrbios digestivos, como a cólica, afetam a qualidade de vida dos equinos, exigindo atenção especial no manejo e tratamento adequado


Publicado em: 26/03/2025 às 14:30hs

Cólica em Equinos: Prevenção e Tratamento da Dor que Compromete a Saúde Digestiva

As doenças do sistema digestivo são responsáveis por impactar significativamente a saúde dos equinos, com a cólica se destacando como uma das condições mais comuns e graves. Esse quadro clínico abrange desde distúrbios transitórios e funcionais até complicações mais severas, como torções e estrangulamentos intestinais, que frequentemente demandam intervenções cirúrgicas. Estudos indicam que a cólica é responsável por cerca de 28% das mortes de equinos ao redor do mundo.

Entre os principais fatores predisponentes estão o manejo inadequado, a alimentação deficiente, a hidratação insuficiente, a baixa ingestão de fibra, mudanças abruptas na dieta, o sedentarismo e o parasitismo intestinal. A médica-veterinária Camilla Senna, coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, explica que a cólica pode ser provocada por processos inflamatórios, disbiose intestinal, formação excessiva de gases e desequilíbrios eletrolíticos, resultando em alterações na permeabilidade da barreira intestinal. Isso pode favorecer a absorção de endotoxinas, desencadeando quadros graves como endotoxemia e choque distributivo.

Sintomas e Diagnóstico

Os sinais clínicos da cólica podem variar conforme a gravidade e a região intestinal afetada. Em casos leves, é possível observar inquietação, olhar frequente para os flancos, diminuição da motilidade intestinal e inapetência. Quadros mais intensos evoluem com sudorese excessiva, aumento da frequência cardíaca e respiratória, distensão abdominal, posturas anormais, tentativas frequentes de se deitar e rolar, refluxo nasogástrico e sinais de choque hipovolêmico.

O diagnóstico envolve um exame físico detalhado, ausculta abdominal para detectar peristaltismo alterado, sondagem nasogástrica para avaliar refluxo, palpação retal para identificar anormalidades estruturais e análise de fluidos peritoneais para detectar inflamações ou isquemia.

Complicações e Tratamento

A cólica não apenas causa dor intensa, mas também compromete a função do trato digestivo, resultando em distúrbios na motilidade intestinal e, em casos graves, na interrupção do fluxo normal de alimentos e fluidos. Isso leva à distensão abdominal e a um fornecimento sanguíneo inadequado para os órgãos abdominais, o que pode ocasionar danos teciduais irreversíveis.

As inflamações associadas à cólica frequentemente levam a complicações sistêmicas, como endotoxemia, que afeta órgãos vitais como pulmões, fígado e rins. Essa condição pode agravar o quadro do animal, aumentando o risco de óbito.

Camilla Senna destaca que a anatomia do sistema digestivo dos equinos favorece a ocorrência de cólicas. A produção excessiva de gases, a compactação de material fecal, obstruções intestinais, intussuscepções e torções são causas comuns dessa afecção. Além disso, a ingestão de alimentos fibrosos ou corpos estranhos pode resultar na formação de enterólitos, contribuindo para o desenvolvimento da cólica.

Prevenção e Tratamento

O tratamento da cólica depende da gravidade do quadro clínico. Em casos leves e moderados, a terapia medicamentosa pode ser eficaz. Isso inclui o uso de anti-inflamatórios, antiespasmódicos, fluidoterapia para corrigir desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, além de laxantes para facilitar a remoção de impactações intestinais. Em casos mais graves, com sinais de obstrução, perfuração intestinal ou estrangulamento vascular, a intervenção cirúrgica é necessária. A laparotomia exploratória permite identificar e corrigir lesões, como a descompressão intestinal e a remoção de segmentos necróticos.

Para prevenir a cólica, o manejo adequado é fundamental. O fornecimento de volumoso de qualidade, acesso constante à água potável, ajustes graduais na dieta, suplementação balanceada e controle eficiente do parasitismo intestinal são medidas essenciais. A monitorização contínua da motilidade intestinal, da qualidade das fezes e do comportamento alimentar dos equinos pode contribuir para a detecção precoce de alterações digestivas, possibilitando a intervenção antes que o quadro evolua para formas mais graves.

Além disso, a Ceva Saúde Animal oferece o Niglumine, um medicamento com potente efeito analgésico, indicado para o tratamento da dor visceral e afecções dos tecidos moles em equinos.

Conclusão

Reconhecer rapidamente os sinais de cólica e buscar tratamento veterinário imediato são fatores cruciais para a sobrevivência dos equinos e para a redução das taxas de mortalidade associadas a essa condição debilitante. A prevenção, por meio de boas práticas de manejo, é a melhor estratégia para garantir a saúde digestiva dos animais e prevenir complicações mais sérias.

Fonte: Portal do Agronegócio

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