Publicado em: 28/10/2024 às 15:30hs
Os cavalos envolvidos em atividades esportivas, como hipismo, enduro e três tambores, assim como aqueles utilizados em passeios esporádicos, como romarias, estão sujeitos a distúrbios musculares oriundos de diversas causas. O médico-veterinário Kauê Ribeiro, Coordenador de Comunicação Técnica da Vetnil, destaca que, em equinos atletas, a intensidade dos treinos e competições pode predispor os animais a lesões e traumas musculares, que, se não tratados, resultam em fibroses e impactam negativamente seu desempenho esportivo. “Por isso, é imprescindível estar atento às alterações musculares e adotar o tratamento adequado o mais rapidamente possível”, afirma.
Além dos traumas, alguns equinos são geneticamente predispostos a desenvolver miopatias, como a paralisia periódica hipercalêmica (HYPP), que pode afetar cavalos da raça Quarto de Milha, gerando alterações severas. Outros podem apresentar rabdomiólise, uma síndrome caracterizada pela degeneração muscular de causas multifatoriais.
Esses distúrbios musculares não se devem apenas a fatores genéticos, mas também a combinações de variáveis, incluindo falta de preparo físico, condições ambientais adversas, dietas inadequadas, desidratação, infecções, intoxicações e traumas. As manifestações clínicas podem incluir dor, intolerância ao exercício, tremores, fraqueza, rigidez e sudorese excessiva. Em alguns casos, pode ocorrer a coloração escura da urina, conhecida como "urina cor de coca-cola", resultante da liberação de mioglobina devido à lise das células musculares.
Dada a diversidade de causas e sintomas, o diagnóstico de miopatias deve envolver uma investigação abrangente, considerando o histórico do animal, os sinais clínicos apresentados e exames laboratoriais. Kauê Ribeiro enfatiza que a prevenção é a melhor estratégia. “Criadores, treinadores e tratadores devem observar as reações dos animais durante treinos intensos e garantir que recebam uma dieta balanceada e suplementação adequada. Além disso, em casos de suspeitas de miopatias, a consulta a um médico-veterinário deve ser imediata para que o diagnóstico e tratamento sejam realizados corretamente”, orienta.
O tratamento deve ser multimodal, focando no controle da dor e na reversão dos sinais clínicos. A terapia de suporte, que inclui hidratação, repouso, correção da dieta e suplementação, é fundamental. É igualmente importante selecionar um medicamento que promova o relaxamento muscular, ajudando a controlar a dor por meio da redução dos espasmos. O metocarbamol, por exemplo, é uma escolha eficaz no tratamento de várias miopatias em equinos, pois promove relaxamento, diminui espasmos musculares e alivia a dor, sem afetar diretamente a contração muscular e preservando o tônus, o que permite que o animal mantenha-se em pé e caminhe.
Entretanto, o tratamento dessas miopatias deve ser abrangente, pois o animal geralmente apresenta não apenas contrações intensas, mas também dor, desidratação e possíveis deficiências de vitaminas e minerais. Assim, a combinação do metocarbamol com fluidoterapia, reposição de eletrólitos, analgésicos e suplementação de vitamina E e selênio, frequentemente deficientes nesses casos, constitui uma abordagem mais eficaz.
“A garantia do bem-estar dos equinos é essencial para que possam participar de competições e atividades diversas. Por isso, é fundamental que o cavalo conte com o acompanhamento de um médico-veterinário e utilize produtos de qualidade, oferecidos por empresas comprometidas com a saúde dos animais e com o aprimoramento de seu desempenho esportivo”, conclui Kauê.
Fonte: Portal do Agronegócio
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