Publicado em: 01/03/2012 às 14:50hs
Segundo a parlamentar, as indústrias consideram que a venda de bois vivos para fora do país enfraquece a cadeia produtiva, mas no fundo intentam criar uma reserva de mercado.
- Querer tributar o setor primário brasileiro? Com meu silêncio não. Tenho certeza que o Ministério da Agricultura não vai permitir esse retrocesso. Se tiver que taxar exportação, tem que taxar soja, minério, só boi não - afirmou.
Os frigoríficos - representados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a União das Indústrias Exportadoras de Carne (Uniec) - afirmam que a exportação do boi vivo diminuiria a oferta de carne para consumo interno, o que elevaria o preço, e deixaria de gerar empregos no país. A senadora, entretanto, afirmou que 80% da produção brasileira são para consumo interno, e que nos 20% exportados, também há reses para reprodução, transferência de tecnologia brasileira, não apenas para abate. Ela lembrou ainda que as fazendas no país empregam mais de 15 milhões de trabalhadores.
Na opinião de Kátia Abreu, os frigoríficos hoje estão "provando do próprio veneno", pois quando houve uma queda abrupta do preço do gado, há cinco anos, produtores tiveram que matar vacas, já que não eram remunerados adequadamente na venda. Quando os convém e o preço está baixo, afirmou, vale a lei da oferta e da procura, mas quando o preço começa a se restabelecer, aí os frigoríficos vão ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio pedir a criação de uma reserva de mercado, criticou a senadora. Kátia Abreu alertou para o fato de que a Argentina seguiu por esse caminho, taxou as exportações e hoje enfrenta crise.
- Vamos repetir o exemplo distorcido e transferir a renda do produtor, que trabalha de sol a sol, para o dono de frigorífico que fica no ar-condicionado? Não - afirmou.
Fonte: Agência Brasil
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