No entanto, a média nacional de preços registrou variação positiva de 0,4% puxada pelo aumento no preço do leite no nordeste, chegando a R$0,829/litro. “Nas principais bacias da região (nordeste) a produção ainda é prejudicada pela estiagem, que pressiona os preços do leite”, afirma o consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro. As altas na região nordeste chegaram a até R$0,06 por litro, enquanto no Brasil central e no sul do país a pressão é de baixa com aumento da captação.

A média representa alta de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado, sem considerar a inflação. Considerando a inflação, o produto está entre 2,5% até 3% mais barato. Para os custos de produção, o pagamento de janeiro registrou reajuste para cima de 1,4% devido ao aumento do salário mínimo. Na comparação com o mesmo período de 2011, o aumento nos custos é de 12%.

Outros fatores também contribuem para a pressão negativa sob as cotações, como o menor consumo do período em função das férias e o estoque confortável de lácteos na indústria.

Para o pagamento de fevereiro, que remunera a produção de janeiro, 61% dos laticínios esperam estabilidade nos preços, ante 27% que estimam uma queda nas cotações diante do grande incremento na oferta em regiões como São Paulo e Goiás desde setembro de 2012.

Rentabilidade do Pecuarista em 2012

Em 2012, pecuaristas com alta tecnologia registraram rentabilidade próxima a 7,7%, enquanto produtores com baixa tecnologia registraram rentabilidade negativa, com -3%, em função, principalmente, do aumento nos custos de produção. Para Ribeiro, 2013 deve ser um ano de mais pressão do lado dos custos para o pecuarista, que deve aproveitar oportunidades de compra de insumos mais baratos na boca da safra.