Em todo Estado são produzidos anualmente cerca de 700 milhões de litros de leite, mas para 2012 a previsão é que seja obtido volume menor.

Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP indica que a margem bruta do produtor de leite reduziu neste início de ano, com o encarecimento médio de 11% da alimentação concentrada, à base de milho e farelo de soja, além do aumento no valor da mão de obra, ocasionado pelo reajuste de 14% do mínimo.

Diagnóstico Cepea aponta que em Mato Grosso o gasto com trabalhadores responde por 21% do custo de produção leiteira, quando o valor tomado como “ideal” seria de no máximo 15%. Índice foi obtido a partir de uma média ponderada entre os estados do Acre, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Presidente da Aproleite e da Comissão da Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Alessandro Casado, acrescenta que esses fatores agravaram ainda mais a situação dos produtores locais.

“Não estamos tendo retorno como precisávamos, para investir em mais tecnologia”. Com o produto sendo comercializado pela média de 62 centavos no Estado desde dezembro, quando o preço do leite reduziu cerca de 23%, a rentabilidade tem sido nula, diz representante da associação. “O custo operacional médio é de 65 centavos”. Com o início da entressafra, a tendência é que os custos aumentem, dificultando ainda mais a produção e elevando os custos para o consumidor final. No varejo, por enquanto, os preços do leite e seus derivados seguem estáveis, afirma o gerente de Perecíveis da rede de supermercados Modelo, Valter Yamaguchi. Leite integral longa vida é vendido por R$ 1,89 (l), o tipo C pode ser encontrado por R$ 1,69 (l) e o quilo do queijo tipo mussarela a partir de R$ 11,90.