Publicado em: 12/05/2021 às 10:10hs
Na comparação anual, o produtor está recebendo 37,6% a mais este ano. O custo de produção, por sua vez, está 36,2% maior, no mesmo período.
O Índice de Custo de Produção calculado pela Scot Consultoria acumula alta de 30,7% desde julho do ano passado, início das altas (figura 1).
Figura 1. Variação mensal do Índice Scot Consultoria de Custo de Produção da Pecuária Leiteira nos últimos treze meses.
Fonte: Scot Consultoria
O custo com a alimentação do rebanho é o principal fator de alta nos custos da atividade, já que os preços do milho seguem sustentados no mercado interno, assim como os da soja.
O preço do milho em São Paulo subiu 84,8% na comparação anual e o farelo de soja teve alta de 30,9% no mesmo período, o que tem prejudicado a relação de troca para o produtor de leite (figura 2).
Figura 2. Relação de troca: milho e farelo de soja versus leite ao produtor (leite padrão em São Paulo) - em kg de alimento/litro de leite.
Fonte: Scot Consultoria
Em abril/21, comprava-se 1,09 quilo de milho com a venda de um litro de leite padrão. A relação de troca piorou 25,6% em relação a abril/20.
Já para o farelo de soja, em abril/21 comprava-se 0,99 quilo de farelo com um litro de leite em São Paulo, 4,9% mais em relação ao ano anterior, mas desde outubro, quando a relação de troca atingiu o melhor patamar no período analisado, a queda foi de 8,3%.
O preço do leite pago ao produtor subiu no pagamento realizado em abril, em 1,4%, após três meses consecutivos de quedas, o que, aliado à queda na produção devido à sazonalidade, dá forças ao viés de alta nos próximos meses.
Os custos de produção não deverão dar trégua, em curto e médio prazos, em função da seca, mantendo pressionadas as margens da atividade nos próximos meses, de maior necessidade suplementação do rebanho.
Para o milho, a expectativa é de preços firmes, em função das incertezas com relação à produção na segunda safra e baixa disponibilidade interna até o início da colheita, em junho/julho.
Para a soja em grão, se o dólar seguir mais fraco, a tendência é de recuos nos preços, em reais, mas sem espaço para fortes quedas até uma definição melhor acerca do plantio e safra norte-americana. No caso do farelo de soja, a demanda firme tende a manter os preços sustentados em curto e médio prazos no mercado brasileiro.
por Sophia Honigmann - Scot Consultoria
Fonte: Scot Consultoria
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