Bovinos de Corte

Vacas sustentaram abate em Mato Grosso

Mato Grosso segue como o maior produtor de carnes do Brasil, atesta a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada ontem pelo IBGE


Publicado em: 28/06/2012 às 15:30hs

Vacas sustentaram abate em Mato Grosso

A diferença entre o volume de cabeças que seguiram para o descarte de janeiro a março deste ano ante mesmo período de 2011 é a inversão, enquanto os abates de bois reduziram em 3,13%, passando de 560.382 para 543.248. A mortandade de fêmeas passou de 424.122 no primeiro trimestre do ano passado para atuais 487.129, alta de 14,85%, no período.

A menor preferência por bois já impactou o balanço total de abates do Estado, que vinha mantendo média de expansão trimestral entre 13% e 14%. Nos primeiros três meses de 2012 foram abatidos 1,15 milhão de animais, alta de 9% em relação a 1,05 milhão de igual período de 2011. Mesmo assim, o Estado se manteve na dianteira do ranking nacional. No Brasil, o trimestre fechou com avanço de 1,6%. Entre os maiores rebanhos do país, o Mato Grosso do Sul apresentou a melhor performance no trimestre, incremento de 11,8%, enquanto São Paulo recuou 6,4%.

O exagerado abate de fêmeas foi mostrado em números recentes pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), em um estudo divulgado na semana passada que avaliou o mercado de janeiro a abril deste ano e, diante do descarte, já se prevê uma redução de 2% no rebanho neste ano, como consequência da opção por matrizes. Mato Grosso é o maior produtor de bovinos do País, com rebanho de 29,18 milhões de cabeças.

No desempenho mensal, março registrou a maior movimentação de animais nos frigoríficos, somando 416.517 cabeças, das quais 194.682 foram de bois e 177.650 de vacas. Somente em fevereiro, dentro deste primeiro trimestre, é que o volume de descarte de matrizes superou o de bois: foram 162.258 para 161.683, respectivamente. Em igual momento do ano passado, o abate de macho liderou: 178.333, ante ao de vacas, 150.381.

BRASIL - No 1° trimestre de 2012 foram abatidos 7,21 milhões de cabeças de bovinos. Na comparação dos primeiros trimestres 2012/2011, as regiões Centro-oeste e Norte apresentaram aumentos no número de cabeças abatidas da ordem de 7,2% e 4,4%, respectivamente,

puxados, sobretudo, pelos expressivos incrementos ocorridos no Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso e Rondônia. Todas as demais regiões apresentaram decréscimo no número de cabeças abatidas.

O Centro-Oeste respondeu por 38,5% do abate de bovinos, no 1º trimestre de 2012, ficando à frente das regiões Norte (20,8%), Sudeste (19,2%), Sul (11,4%) e Nordeste (10,2%). Este é o segundo trimestre consecutivo em que a região Norte supera a região Sudeste no abate de bovinos, sobretudo pelas sucessivas quedas do abate em São Paulo e da ascensão do abate em Rondônia.

MATRIZES – De acordo com a Acrimat, ao contrário da crise 2006, quando a falta de liquidez à atividade ampliou a mortandade de vacas em idade produtiva, em 2012, a ampliação deste descarte reflete fatores climáticos que desde 2010 impactaram na formação das pastagens, agravada no ano seguinte pelo ataque severo de pragas. Está faltando alimento.

Se a perspectiva apresentada pela Associação em conjunto com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) se confirmar, o atual plantel de 29,18 milhões de cabeças entrará 2013 com cerca de 28,60 milhões. Neste primeiro quadrimestre do ano, o abate de vacas está 19% acima de igual período do ano passado e o acumulado de janeiro a abril de 2011 já foi 29% maior que em 2010.

O aumento no abate de fêmeas é um fato que reverbera por pelo menos dois anos, período em que se oferta um novo bezerro.

E conforme as entidades, não há como reverter o cenário exposto neste ano, já que o pecuarista não dispõe de renda para recuperar áreas e nem para aplicar tecnologias. “Sem alimento para o gado o produtor tem que descartar as fêmeas, diminui a produção de bezerros e os reflexos sempre chegam”, explica o superintende da Acrimat, Luciano Vacari.

Fonte: Diário de Cuiabá

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