Publicado em: 12/09/2013 às 17:10hs
Foram 13 mil quilômetros percorridos em seis semanas, passando por 42 municípios de cinco Estados (MT, MS, GO, MG e SP) com visitas a 80 fazendas. Um trabalho intenso que abrangeu entrevistas com produtores e coleta de amostragens em campo, analisadas em laboratórios, com o objetivo de avaliar a condição atual das propriedades que trabalham com pecuária de corte. Entre as questões analisadas estiveram temas como condições de pastagens, produção de grãos e silagem para alimentação do gado, produtividade animal, sustentabilidade e tecnificação.
A primeira edição do Projeto Rota da Pecuária constatou que é boa e eficiente a capacidade produtiva das propriedades visitadas, mas para que haja melhor desempenho é necessária a recuperação das pastagens e uma melhora na gestão de recursos humanos, ambientais e financeiros. O balanço foi apresentado durante a Expointer, em Esteio (RS), pelos agrônomos Antônio Guimarães, da Scot Consultoria, e Uly Bragiato Carneiro, da Unesp de Jaboticabal, integrantes da expedição ao lado da equipe de jornalistas do Canal Rural.
Confira alguns dos números da Rota da Pecuária.
Área – O total percorrido pela expedição compreende 248,4 mil hectares e os cinco Estados visitados respondem por 50,5% do rebanho nacional. Do total da área, 25,7% são reserva e APP (Áreas de Preservação Permanente).
Distribuição por Estado – Do total de área visitada, Mato Grosso respondeu por 55,3%, Mato Grosso do Sul por 18,3%, Goiás por 15,3%, Minas Gerais por 7,1% e São Paulo por 4,0%. Goiás foi o Estado com maior número de fazendas visitadas (31,3%), seguido de Mato Grosso (27,5%), Minas Gerais (17,5%), Mato Grosso do Sul (12,5%) e São Paulo (11,3%).
Sistemas de criação – A atividade de cria responde por 36,9% das propriedades; a recria e engorda por 35,4%; enquanto 29,2% das fazendas fazem o ciclo completo (cria, recria e engorda). O gado leiteiro é selecionado em 4,6% das propriedades.
Extensivo e Intensivo – Do total de fazendas visitadas, 66,1% trabalha com sistema intensivo e 33,9% com o extensivo. A criação extensiva está presente em 52,6% das propriedades de Goiás, 26,4% de Mato Grosso e 10,5% em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Já a criação intensiva é praticada em 29,6% das propriedades visitadas em Mato Grosso, 27,0% de Goiás, 21,5% de Mato Grosso do Sul, 13,8% em São Paulo e 8,1% de Minas Gerais.
Raças – O zebuíno Nelore predomina, respondendo por 73,9% do total de cabeças criadas no sistema extensivo e 46,1% no intensivo. Pelo sistema intensivo, o Angus já responde por 21,1% do total do plantel, e o Brahma por 5,2%. O restante da área tem lotação de outros cruzamentos.
Produtividade – As fazendas extensivas têm 100% de lotação contínua, sem ajuste de carga. Nas fazendas onde o sistema é intensivo, o pastejo rotacionado é feito em 37,8% das propriedades, o pastejo contínuo em 32,5%, e os dois juntos, contínuo e rotacionado, em 29,7%.
Técnicas reprodutivas – A Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) é utilizada em 44,9% das fazendas; a Inseminação Artificial (IA) em 12,2%, e 42,9% das propriedades usa a monta natural. A taxa média de prenhes das fazendas é de 83,3%.
Desmama – Na criação extensiva, 50% do desmame é feito quando o bezerro tem mais de dez meses, enquanto que na intensiva este percentual cai para 6,7%. O desmame entre 8 e 9 meses é feito em 66,6% das propriedades que tem regime intensivo e em 33,3% do extensivo. O desmame de 6 a 7 meses atinge 26,7% nas propriedades com regime intensivo e 16,7% nas de criação à pasto.
Peso – O peso de desmama com menos de 200 kg é de 58,3% na criação extensiva, e de 11,5% na intensiva. Peso entre 201 kg e 250 kg é alcançado em 41,7% das propriedades no regime extensivo e de 53,8% no intensivo. Animais na desmama com mais de 250 kg representam 34,7% no regime intensivo.
Pastagens – Os pastos ocupam 56,9% da área total amostrada (248,4 mil), enquanto outras culturas respondem por 17,4%. O Marandu é a forrageira usada em 58,2% dos pastos visitados, mas outras braquiárias estão em 23,3%; o Panicuns em 16,4% e outros em 2,1%.
Degradação e recuperação – 49,6% das pastagens estão em fase de manutenção; a degradação está presente em 17,3% dos pastos e ausente em 30,1%; enquanto a degradação do solo em 3,0%. Da área total, 57,4% das propriedades fazem análise de solo na reforma. O uso de corretivo e/ou fertilizante é feito por 62,3% das propriedades. Do total das fazendas visitadas, 59,0% delas fazem a adubação de acordo com as condições da pastagem, 30,8% a adubação anual e 10,3 está em reforma.
Sistema iLP - Apenas 37,7% das fazendas visitadas adotaram o sistema de Integração Lavoura-Pecuária.
Controle de custos e Informatização – Um dos problemas apontados como deficiente no balanço geral da expedição Rota da Pecuária. Na análise, 50,8% das propriedades tem apenas o custo caixa. A informatização está chegando aos poucos às fazendas, onde 27,3% delas possuem sistemas avançados e 37,9% o sistema básico. No entanto, 34,8% das propriedades ainda não estão informatizadas.
Assistência técnica e mão-de-obra – A assistência técnica está presente em 52,4% das propriedades visitadas. O treinamento de funcionários é feito por 57,4% das fazendas, e 69,0% delas fornecem equipamentos de proteção individual para seus funcionários.
Financiamentos – Linhas de crédito para a pecuária são utilizadas por 47,8% das propriedades.
O Projeto Rota da Pecuária contou com patrocínio da Dow AgroSciences, Kuhn e Mitsubishi Motors.
Fonte: ry Press
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