Esta é a segunda vez que o projeto é realizado na cidade que fica no sudeste de Mato Grosso, região pólo da Acrimat composta por 29 municípios e cerca de 4,4 milhões de cabeças de gado, segundo informações do Indea – Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso. Rondonópolis possui 298.003 mil cabeças de gado e 2.405 propriedades rurais.

Na região sudeste estão instaladas 7 plantas frigorificas sendo 5 em funcionamento. Dessas, duas unidades são do JBS, uma do Marfrig e 2 de outros grupos. Da capacidade de abater diariamente 9.057, atualmente apenas 7.957 cabeças estão sendo abatidas por uma indústria SIF no sudeste de Mato Grosso. Três plantas frigoríficas SIF estão instaladas em Rondonópolis com capacidade diária de abate de 3.520 cabeças, porém este montante está comprometido com o fechamento do frigorifico Mataboi que abatia 800 cab/dia. Outra unidade é do frigorifico Superfrigo que tem capacidade de abate de 720 cab/dia, e o Agroindustrial, 2.000 cab/dia (bovinos e suínos). O JBS de Pedra Preta é outra opção dos pecuaristas, que tem capacidade e abate de 737/dia, pois fica a 30 quilômetros de Rondonópolis.

“Rondonópolis é uma cidade privilegiada com opção para abater seu gado, mas estamos sempre desconfiados na hora de vender nosso gado e com um sentimento de manipulação de preço por parte dos frigoríficos”, disse o representante da Acrimat na região sudeste, Marcos Túlio Soares. Ele ressalta que a relação dos produtores com os frigoríficos é muito complicada, “pois não sabemos o valor do que produzimos e quem coloca o preço é aquele que compra e isso gera desconforto, além de não saber se iremos realmente receber”. Para Soares, o produtor precisa sair de sua zona de conforte e procurar solução para os problemas do setor e que “iniciativas como a da Acrimat, com esse projeto, é o lugar para que isso aconteça”.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, falou que a associação dos criadores está participando de um movimento nacional para buscar soluções na relação do setor produtivo com as indústrias frigorificas. “A Acrimat, em conjunto com a Acrissul, UDR, APR e outras entidades estão indo ao CADE para que examine os procedimentos de aquisição das indústrias e acompanhe a interferência e desdobramentos dessas aquisições em âmbito regional”, disse Vacari para uma plateia de mais de 150 pessoas, durante o evento Acrimat em Ação. Ele ainda convocou todos os presentes para participar do segundo encontro do Movimento Nacional Contra o Monopólio dos Frigoríficos no dia 9 de julho, em Cuiabá. “O produtor tem que ficar atento a tudo que esta acontecendo em sua atividade”, ponderou.

 Acrimat em Ação 

Esta é a segunda edição do Projeto Acrimat em Ação que está sendo realizada no período de 8 de março a 29 de maio e vai percorrer os 30 municípios mais influentes na produção de gado de corte do Estado e onde estão instaladas 60 mil fazendas. Do rebanho total de 29,1 milhões de cabeças de gado no estado, a equipe do Acrimat em Ação vai passar pelas cidades que detêm 12 milhões de cabeças. A expectativa é de que mais de 3 mil produtores rurais participem das palestras, que abordam assuntos do dia a dia do homem do campo.

O objetivo do Acrimat em Ação é o de oferecer conhecimento técnico sobre assuntos pertinentes à pecuária de corte, repassando informações estratégicas aos produtores. A ideia é a de fomentar discussões que estimulem o desenvolvimento da pecuária, promova uma maior integração entre os produtores e a de captar as necessidades específicas de cada região.

 AÇÃO DE SUSTENTABILIDADE 

O Acrimat em Ação irá percorrer cerca de 10 mil quilômetros com cinco carros. O trajeto e as ações que serão desenvolvidas irão emitir os chamados gazes CO². Para reduzir os impactos ao meio ambiente, a Acrimat e a Ação Verde irão plantar 3 mil árvores nas regiões por onde passar, sendo 100 mudas em cada município.