Publicado em: 24/04/2025 às 11:15hs
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicou, por meio da Portaria nº 96, de 24 de março de 2025, a regulamentação do teste ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) como método diagnóstico complementar à Tuberculinização Comparada (TCC) em propriedades em processo de saneamento para tuberculose bovina.
O teste ELISA é um exame laboratorial destinado à detecção de anticorpos ou antígenos presentes em uma amostra. Sua aplicação baseia-se na reação entre anticorpo e antígeno — quando compatíveis, essa interação provoca uma reação identificável, que confirma a presença do agente infeccioso.
A tuberculose é uma zoonose crônica que acomete, principalmente, os pulmões dos bovinos, causando sintomas como emagrecimento, tosse persistente e queda na produção de leite. Ao atuar como ferramenta complementar à TCC, o teste ELISA amplia a precisão do diagnóstico, fortalecendo as estratégias de vigilância e controle da doença.
Atualmente, o processo de saneamento de uma propriedade contaminada pode durar cerca de seis meses. Segundo Marta Freitas, chefe da Divisão de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose da Adapar, o uso do teste ELISA deverá agilizar esse processo. “Espera-se reduzir o tempo de saneamento com a identificação mais rápida e eficaz de animais infectados que, por vezes, não reagem ao teste convencional”, destaca a médica-veterinária.
O uso do teste está condicionado a critérios específicos estabelecidos pela portaria. A propriedade deve estar formalmente classificada como em fase de saneamento da tuberculose, e os animais — bovinos ou bubalinos — precisam ter apresentado resultado negativo na TCC. Além disso, o teste ELISA só poderá ser realizado em animais com mais de quatro meses de idade. A coleta de sangue deverá ocorrer entre 15 e 40 dias após a aplicação da tuberculina, com envio do soro a laboratórios previamente autorizados pela Adapar. A lista desses laboratórios está disponível no site oficial da agência.
A médica-veterinária Marta Freitas ressalta que a introdução do ELISA representa um avanço significativo no enfrentamento da tuberculose bovina. “É uma alternativa eficiente para identificar animais infectados que, por estarem imunossuprimidos, não reagem adequadamente à tuberculinização”, explica. O exame permite a detecção de anticorpos específicos contra o Mycobacterium bovis, agente causador da enfermidade.
De acordo com o protocolo estabelecido pela Divisão de Controle e Erradicação de Doenças da Adapar, todo animal que apresentar resultado positivo no teste ELISA (animal reagente) deverá ser eliminado, como forma de controle da propagação da doença.
Para Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, a adoção do teste ELISA reforça o compromisso da agência com a sanidade do rebanho paranaense. “Essa medida contribui diretamente para a segurança alimentar e para a competitividade do agronegócio no Estado”, afirma.
Fonte: Portal do Agronegócio
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