Publicado em: 02/12/2024 às 11:30hs
O mercado de boi gordo no Brasil fecha o mês de novembro com expressivas altas nos preços da arroba, refletindo o bom desempenho das exportações de carne bovina, que continuaram a quebrar recordes ao longo do ano. Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o desempenho positivo das exportações foi o principal fator responsável pela valorização dos preços no mês. "Com os embarques aquecidos, as indústrias enfrentaram dificuldades para compor suas escalas de abate, o que as forçou a pagar preços mais elevados", destaca Iglesias, ressaltando que as negociações atingiram patamares históricos em São Paulo e Goiás.
Entretanto, um movimento de queda abrupta foi registrado na B3 na última semana, especialmente no dia 28 de novembro. Esse recuo é atribuído a uma realização de lucros, com algumas indústrias se afastando da compra de gado, somado à expectativa de maior oferta, o que resultou em queda nos preços. "Acredito que o mercado buscará uma correção a partir da próxima semana, pois a queda observada nos últimos dias foi abrupta e sem fundamentos sólidos. No entanto, os frigoríficos podem retornar com a intenção de comprar a preços mais baixos", avalia o analista.
Os preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do país, no dia 28 de novembro, estavam assim:
Para o mês de dezembro, Iglesias acredita que o mercado de boi gordo deverá apresentar um cenário mais equilibrado, com preços possivelmente mais acomodados. Isso ocorre devido ao bom andamento das escalas de abate, que, em média, estão fechadas entre cinco a sete dias úteis. Além disso, espera-se uma boa entrega de animais terminados em regime intensivo na primeira semana de dezembro, o que pode resultar em uma nova queda nos preços de compra.
No mercado atacadista, os cortes de carne bovina apresentaram forte valorização ao longo de novembro. No entanto, ainda é incerto se o consumidor conseguirá sustentar a demanda diante de preços elevados. Iglesias observa que carnes alternativas, como frango e suína, podem se beneficiar dessa situação, por ainda apresentarem preços mais acessíveis.
O quarto do traseiro teve um aumento de 13,25%, passando de R$ 23,40 para R$ 26,50 o quilo, enquanto o quarto do dianteiro subiu 10,81%, de R$ 18,50 para R$ 20,50.
Em novembro, as exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil geraram US$ 875,473 milhões, com uma média diária de US$ 62,533 milhões. O país exportou 179,991 mil toneladas, o que representa uma média diária de 12,856 mil toneladas. O preço médio da tonelada foi de US$ 4.864,00.
Comparado a novembro de 2023, houve um aumento de 44,9% no valor médio diário das exportações, um avanço de 36,8% na quantidade média diária exportada e uma alta de 5,9% no preço médio. Esses dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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