A ideia, que surgiu em 2009, foi concretizada este ano, em parceria com a Associação Brasileira de Angus, por meio do Programa Carne Angus Certificada. A partir de agora, Guarapuava é o primeiro município paranaense a possuir a certificação.

A novidade permite agregar valor ao produto comercializado e aumentar a remuneração dos produtores. Para o presidente da cooperativa, Edio Sander, essa é a oportunidade de atender aos anseios do consumidor, fornecendo carne de qualidade e origem comprovada. “Agradecemos a confiança da associação depositada no trabalho desenvolvido pela Cooperaliança; e que essa parceria contribua para o fortalecimento e a prosperidade da cadeia produtiva da carne angus no Paraná”.

O projeto da cooperativa, segundo Sander, abrange desde o produtor até o cliente final. Para o equilíbrio entre os elos dessa cadeia produtiva, ele destacou os pilares que sustentam o trabalho da empresa: a garantia de rentabilidade e sustentabilidade ao produtor; a garantia de prestação de serviços à indústria; a oferta de um produto de qualidade com regularidade e preço competitivo ao varejo; e, por fim, o atendimento aos anseios por uma carne de qualidade e preço justo ao consumidor.

O programa

O diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador, afirmou que, 11 anos atrás, a cadeia da carne bovina estava desorganizada no país. A partir de então, teve início um trabalho de integração entre produtores de diferentes regiões, indústrias e clientes. “Isso começou em 2002, com uma quantidade da ordem de 12 mil animais por ano. Vamos fechar 2012 com 250 mil animais certificados angus em todo o Brasil”. De acordo com o diretor, é preciso que o Estado comece a investir em carne com valor agregado, o que representa renda ao produtor e uma forma de fixá-lo no campo. “Assim, transformamos o nosso produto final, a carne bovina, em uma proteína de alto valor biológico e financeiro”.

Para o gerente do programa, Fábio Schuler Medeiros, a certificação valoriza o produto, consolidando a eficiência do trabalho realizado desde o campo até o abate e a entrega da carne. “Esse selo garante ao consumidor todas as qualidades da carne angus. Além disso, quem é cliente pode pedir ao chefe do açougue para consultar o certificado de identificação dos animais. Esse é um sistema interno de rastreamento da cooperativa, que traz desde as informações de origem do animal até as condições de terminação”.

A supervisora da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária) da região de Guarapuava, Ana Lucia Menon, salienta que a conquista da Cooperaliança é resultado de um trabalho feito com profissionalismo, que está em constante evolução. “Há cinco anos, quando a cooperativa começou, eles abatiam 20 animais por semana. Hoje, o abate está em 600 animais por semana”.

A raça

Criado no Brasil desde 1906, o angus predomina na região Sul do país, em função do clima. A raça se caracteriza por ter uma carne diferenciada devido à genética dos animais. Os bovinos angus depositam marmoreio (gordura entremeada) e podem ser abatidos extremamente jovens, gerando uma carne macia e suculenta.

“Juntando genética, a facilidade de terminar animais jovens e a facilidade de deposição de gordura, temos um produto de qualidade superior. É uma carne que encanta o paladar”, afirma Medeiros. Para comprovar essas características, ele cita o exemplo de uma novilha de 12 meses abatida com a carcaça pesando 200 quilos e um acabamento de gordura “espetacular”.

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